Escrevo nas
costas da mãe
conspurcada pelo
amor
nas costas dos
tios empertigados
pela indiferença
e sarcasmo
na cara dos
primos exemplares
reescrevo,
corrijo, fazendo
pressão com o
lápis rombudo
para marcar
minha dissidência
na família
programada, mas
sob os olhos
sérios do pai
que me
desencurva, e apoia
mesmo
desconfiado
em palavra
explícita para
não frisar
demais sua intenção
seu ódio difuso
que também
me atinge em
forte trans
fusão, consigo,
comigo mesmo
até alcançar a
malvada consciência.
do Rio de Janeiro em 1940.
Jornalista de profissão, começou a escrever
poesia a sério em 1960.
Trabalhou com Estudos e Pesquisas Literárias
no MEC e na FUNARTE entre 1974 e 1994.
Modernista fortemente influenciado por
Bandeira, Drummond e João Cabral,
Armando faz versos repletos de imagens impactantes.
Segue ativo publicando uma nova coleção
de poemas a cada 3 anos.
Em 1986 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia
por seu livro "3x4",
mas sua obra-prima indiscutível é "Lar,"
publicado pela Companhia das Letras
e grande vencedor do Prêmio
Portugal Telecom de Literatura de 2011.
Seus poemas escritos entre 1960 e 2000
estão reunidos num volume indispensável
intitulado "Máquina de Escrever",
publicado em 2003 pela Nova Fronteira.
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