“(...)Au
quotidien tu dois trouver l'information et discener/
Où
est le mal, où est le bien, ce qui est faux, ce qui est vrai. (...)
Quand
la tête te fait mal, que tu sens un malaise en toi/
Il
faut lâcher prise, décontracte-toi!/
Quand
la tête te fait mal et que ça craint autour de toi/
Il faut lâcher prise, allez calme-toi!
(...)”(¹)
[Massila Sound System, “Lâcher Prise”]
A vida seria
constituída de uma estranha Arte de ‘erros & acertos’.
Estranha Arte,
essa... tudo na base do ‘cai & levanta’, mas com pouquíssimo espaço para
realmente se ter bem nítido o que porventura pôde ser aprendido tanto nos erros
quanto nos acertos.
Na
reestruturação de uma vida quase desperdiçada por uma sorte de ‘malaise’, é
preciso se ter coragem: coragem, acima de tudo, para enfrentar o mal que nos
acomete.
Coragem para
enfrentar o preconceito dos círculos sociais, coragem para passar por cima do
preconceito vindo da própria família, coragem para aceitar que uma determinada
disfunção também está dentro de nós mesmos.
Coragem.
Simplesmente, coragem... e ação, ‘s’il vous plaît’!
Nada pode ser
mais temerário do que continuar aceitando (e convivendo!) com pessoas e
circunstâncias que, no fundo, jamais nos colocam ‘para cima’, mas, sim, ‘para
baixo’ e sequer nos apercebemos disso.
É uma trajetória
longa: demora um tanto até ‘cair-se em si’. Não é má vontade, cegueira ou
corpo-mole. Não! É um processo, pessoal e intransferível. E, diante dele,
somente o(a) titular pode agir por mais que, do lado de fora, aconselhemos com o
melhor de nossas orientações.
Enquanto isso,
debate-se. Quem assiste, angustia; quem se debate, agoniza. E esse processo vai
ganhando corpo dentro de sua própria marcha até o dia em que eclode.
O mais difícil
numa reestruturação é o ‘deixar ir’. Quando se ‘deixa ir’ algo ou alguém que
nos faz muito mal, a coisa é mais fácil. Só que nem tudo está mergulhado ‘só no
bem’ ou ‘só no mal’: a difícil decisão de ‘deixar ir’, dentro desse processo
(de reestruturação), pessoas que amamos.
Um sentimento
pouco confortável que flerta com a saudade e, porque não dizer, com a ausência.
E nada tem a força de substituição ou compensação: o que se vai faz muita
falta, mas igualmente faz um tremendo mal e é preciso uma quantidade abissal de
bravura para seguir em frente, sem essas pessoas, sem esses lugares, sem essa
alimentação de um ‘malaise’ impossível de fazer algum bem.
Porque amamos...
porque se ama.
Porque amamos,
errado ou não, pessoas que tinham tudo para reluzir, admiráveis seres humanos, mas
que insistem na ‘vida vazia’, em se acercar de tudo o que há de mais asqueroso,
em perseguir o inatingível em nome de um ‘status’ questionável, guiados(as) por
um ‘descolamento da realidade’ que ora beija o ‘malaise’, ora abraça uma ‘maladie’.
Dói. Mas há de
se seguir em frente.
(¹)
“(...) No cotidiano, você precisa encontrar informações e discernir/
Onde
está o mal, onde está o bem, o que é falso, o que é verdade?/(...)
Quando
sua cabeça te faz mal, você sente um desconforto em si mesmo/
Você
deve deixar ir, relaxar!
Quando
sua cabeça te faz mal e isso é uma merda em torno de você/
Você
deve deixar ir, acalmar-se!(...)”
Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
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