Thursday, August 25, 2016

RIVER PHOENIX COMPLETARIA 46 ANOS DE NASCIMENTO. NÓS AQUI CELEBRAMOS A DATA.

por Chico Marques


Os Anos 80 foram pródigos em lançar jovens atores. 

Tom Cruise, Rob Lowe, Diane Lane, Julia Roberts, Keifer Sutherland, Nicolas Cage, Matt Dillon, Mickey Roarke...

Todos surgiram mais ou menos da mesma fornada, e ganharam seus lugares ao sol graças à grande produção de filmes para o público mais jovem que se seguiu ao sucesso estrondoso da Saga Star Wars de George Lucas e da série Indiana Jones de Steven Spielberg.



River Jude Phoenix era uma espécie de mascote desse grupo de atores.

Irmão mais velho dos também atores Rain Phoenix, Joaquin Phoenix, Liberty Phoenix e Summer Phoenix, ele se mostrou um ator denso logo em seus primeiros trabalhos, ganhando notoriedade em filmes de sucesso como Conta Comigo, de Rob Reiner, e Garotos de Programa, de Gus Van Sant.

Com isso, foi rapidamente aclamado por seu talento por críticos como Roger Ebert e Gene Siskel, que viram nele um provável novo Marlon Brando.

Mas, infelizmente, o envolvimento de River Phoenix com cocaína e heroína não permitiu que ele tivesse uma carreira longa e brilhante.

Seu nome passou a ser preterido em produções mais caras, e em seus últimos anos de vida só conseguiu papéis como protagonista em filmes independentes.

Tanto que quando ele morreu por overdose de cocaína em 1993, aos 23 anos de idade, seu público se surpreendeu, mas a comunidade de Hollywood, não.


Seu último fime, Dark Blood, um thriller psicológico onde contracena com Jonathan Pryce e Judy Davis, permaneceu inacabado por 20 anos e foi concluído pelo diretor George Sluizer recentemente.

Na medida em que River Phoenix morreu no intervalo entre as gravações feitas em locação e as as cenas que seriam rodadas em estúdio, o diretor optou por narrar em off trechos principais do roteiro destas cenas não filmadas enquanto mostra stills dos ensaios dessas cenas.

Uma idéia criativa, que funcionou extremamente bem.

Assim, só nos resta torcer para que Dark Blood, que foi exibido durante a Mostra de Cinema de São Paulo 3 anos atrás, seja lançado em DVD por aqui. 



Se estivesse vivo, River Phoenix estaria comemorando 46 anos de idade no último dia 23 de Agosto.

Para celebrar a data de seu nascimento, escolhemos cinco de seus filmes menos conhecidos para saudar a passagem de seu aniversário.

Em comum entre esses filmes, apenas o fato de estarem todos disponíveis nas estantes da Video Paradiso.






O PESO DE UM PASSADO
(Running On Empty, 1988, 116 minutos, direção: Sidney Lumet)
Depois que os ativistas anti-Vietnam Annie e Arthur Pope (Christine Lahti e Judd Hirsch) explodem um laboratório em 1971, eles se tornam fugitivos perseguidos pelo FBI. Conseguem estar sempre um passo à frente da lei, pulando sempre de Estado em Estado, de trabalho em trabalho, de identidade em identidade. Quinze anos mais tarde, o filho mais velho, Danny (River Phoenix), quer parar de correr de um passado que não é dele e estudar para ser pianista. Roteiro primoroso de Naomi Foner que Sidney Lumet dirigiu com muito carinho e extrema delicadeza. Destaque para as performances de Martha Plimpton e Steven Hill. Nas palavras de Judith Christ, do The New York Times: "um filme belíssimo, encantador e verdadeiro". Sem dúvida, um dos melhores filmes dramáticos dos Anos 1980.
O ESPÍRITO DO SILÊNCIO
(Silent Tongue, 1993, 90 minutos, direção: Sam Shepard)
Dois imigrantes irlandeses se encontram no Velho Oeste. Roe compra uma índia de McCree. Quando ela morre, Roe sai no encalço do outro, movido pelo ódio do fantasma da morta, em busca de vingança por uma antiga desfeita. Roteiro original de Sam Shepard em que mergulha de cabeça na mesmas temáticas que permeiam a maioria de suas peças teatrais. erfoamnces notáveis de Richard Harris e Alan Bates. River Phoenix faz de tudo para conseguir aparecer em meio a uma dupla de atores tão intensos, e até consegue.
UM SONHO, DOIS AMORES
(The Thing Called Love, 1993, direção: Peter Bogdanovich)
Não se deixe espantar pelo ridículo título em português. Trata-se de uma comédia romântica sobre 4 cantores (Samantha Mathis, Dermont Mulroney, Sandra Bullock e River Phoenix, em um de seus últimos filmes) que tentam entrar para a Indústria da Música em Nashville. Conforme a história vai rolando, os jovens músicos se apaixonam e experimentam rivalidades, enquanto lutam para que seus nomes fiquem conhecidos no meio. O filme parte de uma premissa semelhante ao experimental "They All Laughed", rodado por Bogdanovich no final dos Anos 70, mas é bem mais pé no chão. Graças ao talentoso time de (então) jovens atores, a empreitada funciona às mil maravilhas. Pena que não tenha conseguido emplacar nas bilheterias.
APOSTANDO NO AMOR
(Dogfight, 1991, 94 minutos, direção: Nancy Savoca) 
Em 1963, um dia antes de embarcar para o Vietnã, alguns marinheiros decidem fazer uma brincadeira que chamam de "dogfight": eles apostam 50 dólares e quem trouxer a garota mais feia para a festa que farão à noite leva o bolo. Eddie Birdlace (River Phoenix), de 18 anos, convida uma garçonete que conhece em uma lanchonete, a sensível Rose Feeney (Lili Taylor), sem contar do que se trata. Ela aceita, os dois saem juntos e Eddie vai se encantando com a garota, até que percebe que está apaixonado. Filme delicado, com interpretações cativantes do casal de protagonistas, que ficou perdido na filmografia de River Phoenix, e merece ser redescoberto.
PEQUENOS ESPIÕES
(Little Nikita, 1988, 93 minutos, direção: Richard Benjamin)
Sidney Poitier faz o agente Parmenter do FBI, que acidentalmente descobre que o jovem Jeff Grant (River Phoenix) é filho de um casal de espiões russos marcados de morte pela mesma KGB que os enviara vinte anos antes para os Estados Unidos. Premissa interessante que funciona bem graças à direção segura de Richard Benjamin e às ótimas performances dos atores -- em particular, o sempre perfeito Richard Jenkins. Outro filme esquecido na filmografia de River Phoenix que merece ser resgatado.

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