Wednesday, August 17, 2016

RODRIGO SANTORO FALA SOBRE COMO FOI FAZER JESUS CRISTO EM BEN-HUR






Sem grandes estrelas e com corridas de bigas em 3D, Ben-Hur volta repaginado e com nova mensagem. Lançamento foi discreto, em meio a dúvida sobre se público jovem vai embarcar em história milenar.

Em 1960, o filme Ben-Hur, dirigido por William Wyler, ganhou 11 Oscars, estabelecendo um recorde que ainda se mantém. Foram necessárias várias décadas para que dois outros filmes igualassem o número de estatuetas – Titanic, em 1998, e O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, em 2004.

É questionável, porém, se a nova adaptação cinematográfica de Ben-Hur, que se passa na época de Jesus Cristo, será capaz de alcançar o sucesso da sua antecessora na próxima cerimônia da Academia, em fevereiro.

"Ben-Hur? Que Deus nos acude!", zombou o especialista em filmes Jeff Bock mesmo antes de o novo filme estrear nos cinemas.

Além de enfrentar a desconfiança dos críticos, o filme também conta com uma estratégia de marketing incomum. A estreia do filme ocorreu na República Tcheca e na Eslováquia no dia 11 de agosto. Nas Filipinas, o filme chegou às telas na sexta-feira (12/08). Nos próximos dias, ele deve chegar a outros mercados semelhantes. A produção de 90 milhões de dólares só vai estrear nos EUA em 19 de agosto. No Brasil, o filme chega aos cinemas um dia antes. Já os espectadores alemães vão ter que esperar até o dia 1 de setembro.

Não está previsto nenhuma grande estreia mundial ou um grande evento glamoroso em Los Angeles ou Londres – práticas comuns para esse tipo de blockbuster. Ficou parecendo que o estúdio Paramount está convencido que o filme não será um sucesso.

O diretor russo de origem cazaque Timur Bekmambetov, conhecido em Hollywood por seus filmes de fantasia e ação, é responsável por dirigir a nova versão de Ben-Hur.

O papel do príncipe judeu Judah Ben-Hur, interpretado por Charlton Heston em 1959, é agora ocupado pelo ator britânico Jack Huston. Já o papel do adversário de Ben-Hur, Messala Severo, coube a Toby Kebbell. O brasileiro Rodrigo Santoro interpreta Jesus Cristo. A ausência de grandes estrelas é bem visível.

A tradição de filmar a história de Ben-Hur é longa. Após a primeira adaptação para o cinema em 1907, foi a vez de uma versão muda dirigida por Fred Niblo em 1925, que foi um enorme sucesso. Trinta e quatro anos depois, surgiu a versão premiada do diretor William Wyler.

Em 2003, a história foi adaptada em um desenho animado. Seis anos depois, foi a vez de surgir uma série de televisão. Agora, mais uma tentativa está sendo feita para atrair novos espectadores.

"Nosso Ben-Hur não deve ser visto como um remake do filme de Wyler, mas como uma nova adaptação cinematográfica do romance de Lew Wallace, que foi escrito em 1880", explica o produtor Sean Daniel. "O corroteirista John Ridley se centrou nas relações familiares, no poder da fé e, em particular, na reconciliação. O filme original era focado em vingança."

Em 1959, o veterano de Hollywood William Wyler concentrou-se na animosidade entre os ex-amigos Ben-Hur (Charlton Heston) e Messala Severo (Stephen Boyd).

Ben-Hur, que tinha sido um nobre muito respeitado em Jerusalém, é traído e perseguido pelo procônsul romano Messala, que manda posteriormente escravizá-lo. Milagrosamente, Ben-Hur sobrevive à tortura e à prisão, e mais tarde busca se vingar. Na célebre sequência da corrida de bigas, ele finalmente consegue bater o seu rival.

Tanto a versão muda de Fred Niblo quanto o épico histórico de Wyler florearam o enredo com cenas da vida de Jesus Cristo. Ben-Hur encontra Jesus em diversas ocasiões e depois testemunha sua crucificação. Considerando que o filme de 1959 foi sobre vingança, a nova adaptação se concentra na compaixão.

Alguns dos trailers da nova versão mostram que o diretor Timur Bekmambetov – assim como ocorreu com Wyler – propõe mostrar efeitos visuais bombásticos. Wyler passou dois anos filmando sua versão do filme, e o período de pós-produção continuou por mais alguns anos.

O megaprojeto de Wyler usou cerca de 50 mil figurantes e mais de 350 atores e foi rodado na Cinecittà Studios, perto de Roma.

A MGM Studios investiu mais de US$ 16 milhões na produção. Os anos 1950 foram a era de ouro dos épicos históricos e, com Ben-Hur, Wyler conseguiu produzir uma das últimas obras de sucesso desse gênero.

O mundo do cinema acabaria mudando dramaticamente nas seis décadas seguintes. Os efeitos digitais substituíram em grande parte as hordas de figurantes. A nova adaptação de Ben-Hur, que tem duas horas e também foi filmado na Itália, só usou 2 mil figurantes.

Com a nova versão de Ben-Hur, os estúdios Cinecittà tenta repetir sucessos antigos, embora o orçamento de US$ 90 milhões pareça modesto em comparação com os blockbusters atuais, que costumam custar mais de US$ 200 milhões.

É uma dúvida se o público jovem, que muitas vezes prefere filmes de super-heróis ou de ficção científica, vai se identificar com as aventuras de Judah Ben-Hur, que viveu 2 mil anos atrás.

Mas, mesmo se o público não lotar os cinemas, o novo Ben-Hur terá definitivamente triunfado em um aspecto: as espetaculares corridas de bigas podem agora ser vistas em 3D. (da Deutsche Welle)









BEN-HUR
(Ben-Hur, 2016, 141 minutos)

Diretor
Timur Bekmambetov

Roteiro
Keith R. Clarke

Elenco
Jack Huston
Nazanin Boniadi
Haluk Bilginer
Morgan Freeman
Pilou Asbæk
Marwan Kenzari
Rodrigo Santoro
Moises Arias


em cartaz nas Redes
Roxy, Cinespaço e Cinemark



No comments:

Post a Comment