Wednesday, June 7, 2017

CAFÉ & BOM DIA #63 (por Carlos Eduardo Brizolinha)



Quem há de se interessar por Edmund Wilson. Li varias obras desse critico fantástico. Francis dedica um verbete preciso falando da biografia escrita por Jeffrey Meyers. Minha concordância de que é excelente Wilson fixou Hemingway como grande da literatura, foi presciente quanto a Joyce, quer no livro Ulisses como também Finnegans wake, chamou de obra em andamento. A frase " Poucos críticos de alto calibre tem coragem de enfrentar o desafio do novo " é intimidadora. Claro, Wilson é um dos gênios insubstituível. Wilson tornou Dickens obrigatório com seu ensaio sobre o autor, digo curricular, pois não há curso de letras sem um estudo aprofundado de Dickens ( Francis/meyer/Epstein). Idem para Kipling. Quanto ao livro " O castelo de Axel ", titulo subtraído de Villier D'Isle Adam, meu deu base para entender os poetas simbolistas, para Francis método. Meu primeiro livro de Wilson foi " Rumo à Estação Finlândia " cujo qual li mais de uma vez, imprescindível, uma vez lido evitaria boa parte das opiniões inconsequentes que leio na RS. A biografia de Edmond Wilson é ótima, preciosismo após suas obras, estas sim nos faz leitores mais amadurecidos.



Conversando com a belíssima Juliana Moreno lembrei de Umberto na questão leitor modelo versus leitor empírico . O leitor empirista não se preocupa com a origem e significado. O leitor modelo reflete e se aprofunda. há o leitor diagonal, sendo que leitores diagonais desfilam resultados diagonais de argumentos diagonais, enfeitando textos com autores clássicos e reconhecidos, não que não seja saudável enfeitar ideias com autores reconhecidos, mas o fato é que exigem leitores modelos para perceber as aberrações que alguns autores usam para enfeitar. Os autores clássicos devem se remexer nas tumbas.



Benjamin Constant escreveu que dentro de si haviam duas pessoas , uma observando a outra. Normalmente observamos os outros e esquecemos de observar o outro que existe em nós. Benjamin é dono de uma complexa criação intelectual. Suas obras são respeitáveis por propor narrativas psicológicas e podemos constatar nos livros "Jornada Íntima", "Cecilia" e "Caderno Vermelho", sem contar "Adolpho", este último uma reflexão sobre o destino. Considerando "Adolpho", Benjamin julga a si próprio sem complacência, livro que escreveu em quatro meses. Externou sua alegria por ter reencontrado Charlotte de Handenberg, De seu projeto inicial, foi além, culminou em algo mais extenso. Adolpho teria uma relação episódica que justifica ter ido além de sua previsão. Fez um romance de análise. É biográfico, uma síntese de suas relações. O fim trágico do livro é o símbolo da amargura do ser humano. Só é possível encontrar uma narrativa similar em Stendhal, que ainda assim não atinge a precisão de Benjamin. Uma piedade mais cruel do que a indiferença, impasse descrito por não poder viver com a mulher outrora desejada, não abandonando-a e construindo com isso uma situação absurda O escritor Barré usa uma frase precisa, - Dolorosa volúpia na amargura e é um nada de tudo. O ritmo de Adolpho nos mostra uma obsessão pela morte, mais ainda, usa o personagem para uma verdade que atravessa os tempos acompanhando todos os corpos como sombra. A fonte do mal está em nós, culpar os outros por nossa impotência sem enxergar o mal que está em nós e não ao redor. " Adolpho foi o último ato de sua literatura para falar do amor. Benjamin partiu para a politica e passou a defender a liberdade. Vigny diz que Benjamin é mundano, é homem de letras, rara aliança e mistura preciosa.



Festim na casa de Agatão, poeta trágico ateniense. Sócrates é o mais importante dentre os homens presentes. Entre outros, também ali estão Aristodemo, amigo e discípulo de Sócrates; Fedro, o jovem retórico; Pausânias, amante de Agatão; o médico Eriximaco; Aristófanes, comediante que ridicularizava Sócrates, e o político Alcibíades. Todos prontos para beber, comer e discutir o que é o amor e da Grécia clássica até nossos dias ainda tropeçamos em ideias definitivas. Presa de nossa busca incessante de compreensão, de significância e de conceituações relativas – o amor. Todos amaram, ao menos uma vez. Todos se feriram. Todos, sem exceção já sobre essa paixão se detiveram. E dessa paixão se acometeram. Quantos porquês já não se levantaram? Quantas noites não foram mal dormidas? Quantas angústias? Alguns fazem as maiores elucubrações, inventam sistematizações, seguem rastros e trilhos... Pois Stendhal escreve que o amor paixão é de Heloísa por Abelardo” é o mais arrebatador, é aquele que “nos leva para além de todos os nossos interesses. Já o amor-gosto, é um amor conforme nossas disposições, cor-de-rosa, afeito às nossas necessidades, que não admite qualquer mácula. O amor físico é o amor baseado nos prazeres carnais. Próprio, sobretudo, da adolescência. Depois, o amor-vaidade, o homem “deseja e tem uma mulher à moda como troféu. Stendhal, permissivo, ainda admite a existência de oito ou dez variantes.. O amor tem uma espécie de etapas ou de encadeamento. A saber, sete. Stendhal que morreu de um ataque de apoplexia teve como ponto de partida muita força dramática num livro desconcertante, direi cruel. Veio " A Cartuxa de Parma " seu plano mais alto da teoria.



O computador me resolve na velocidade da luz, depois que completei a maior idade sempre parto para depois. Orientado pela constelação do cruzeiro do sul, pela rotação da terra em torno do sol. Você precisa saber de mim, tomar um sorvete e aprender o que eu sei e o que não sei e tomara que um dia seja teu sorriso engarrafado num cartaz com a saúde que teu olhar irradia. Haverei de gravar num disco voador para eternamente brilhar na noite de uma cidade do interior. Na vida aflita quando se agita só mesmo Rita com seu cantar, hoje sem laços de fita, mas ainda traz alegria para o meu cantar. Não vai entender de amor quem nunca soube amar e eu não vou ficar sozinho esperando que alguém no meio da rua que me dê a mão, a gente vai contra corrente até não poder resistir. Correndo no meio do mundo solto a voz nas estradas, pois minha casa não é minha e não é meu este lugar. Quem tem de noite a companheira sabe que a paz é passageira, então louvo o que deve ser louvado. Louvo o jardim que se planta. E LÁ SE FORAM AS DERRADEIRAS NOITES DE LUAR e lá se vai a procissão de arrastando que nem cobra pelo chão. Pois é, lá se foram os anos e deixamos para atrás belas canções tão lindas que dá vontade de comê-las. Simonal, Vandré, Tim, Caetano, Gil, Valle, Milton, Lobo, Gal, Tom Zé, Chico

AQUELE ABRAÇO, POIS O MEU CAFÉ EU MESMO FAÇO. 

 BOM DIA, NUNCA SEM CAFÉ.




Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada à Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.




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