Saturday, August 19, 2017

CAFÉ E BOM DIA #71 (por Carlos Eduardo Brizolinha)



Lilian Miranda, que coisa interessante e curiosa aconteceu com o Briza e sua amiga . A historia dos 'proprietários" dos livros. O que me chama a atenção e que a história dos leitores não são contadas .... rs A historia dos leitores aparecem apenas como insinuação, fragmentos, quando deixamos nossas marcas e registros neles.. Um nome, uma data, uma anotação, um desenho, um complemento, uma foto, um poema, uma dedicatória, grifos,, flores.... Sim, outro dia encontrei em um dos meus livros, uma rosa seca... deixei-a la motivada por alguma razão, rodei a memória e lembrei do dia, foi como um se exalasse um perfume.... . Sim, os livros possuem essa mística! A dos leitores que imprimem igualmente suas marcas neles, ha um pouco de nos quando os lemos e vão ao longo de sua própria história, ganhando outras marcas..... Isso me fascina!! Adoraria por exemplo, saber as histórias que estão por trás de cada livro num sebo... Tenho um ouvido maior que eu desde criança!! Via mais graça em ficar meio que despercebida na sala aonde se concentravam os adultos, pra fazer escuta de conversas.... Por isso gosto tanto da ideia de saber a quem pertenceram, e depois, passando de mãos em mãos e recebendo por vezes, as marcas de seus leitores. Show.



No fim dos anos oitenta o cinema dinamarquês passou a estar em evidência, deixando o registro de duas obras-primas: “Pelle, o Conquistador” e “A Festa de Babette”. Distanciando-se de uma Dinamarca contemporânea, os dois filmes, situados no século XIX, mostram um país fechado em suas limitações econômicas, na pobreza vigente de um povo e na riqueza humana, deflagrando personagens sublimes e inesquecíveis. Filme dirigido por Gabriel Axel, “A Festa de Babette” (Babettes Gaestebud), 1987, foi inspirado no livro homônimo de Karen Blixen – pseudônimo da escritora dinamarquesa Isak Dinesen, E há 20 anos atrás tive o bom instinto de comprar a obra de karen blixen e é uma magnifica escritora.Nunca vi um só artigo sobre esta escritora, muito poucos conhecem, porém merece e muito ser conhecida.




QUANDO SE FALA NO TEATRO DO ABSURDO NINGUÉM LEMBRA ADAMOV, Arthur (1908-1971). Autor dramático francês de origem russa, viveu na Suíça, Alemanha e finalmente em Paris (1924), onde se uniu aos surrealistas. Em suas primeiras obras - A Invasão, A Grande e a Pequena Manobra, A Paródia, O Professor Taranne, Todos Contra Todos - aparecem os temas-chave do Teatro do Absurdo: a incomunicabilidade, a ambiguidade, o vazio da linguagem, a solidão, a angústia, tratados sob a influência de Strindberg e Artaud, que também propunham uma ruptura com o teatro convencional. Com essas peças, Adamov mostra o homem irremediavelmente à mercê dos mecanismos sociais. Em sua fase seguinte, a partir de Ping-Pong e Paolo Paoli, mostra que essa sociedade pode ser transformada. Utilizando procedimentos descobertos pela vanguarda, mas dando a eles conteúdo diferente. Adamov supera o Teatro do Absurdo. Em suas últimas obras - A Política dos Restos, M. o Moderado e Fora dos Limites, Adamov volta ao clima de obsessões de sua primeira etapa, sem abandonar sua nova temática, unindo as duas vertentes de sua obra. Em 1971, Adamov se suicidou em Paris. Lendo algumas notícias me lembrei da peça do Adamov " A Política dos Restos " depois de falar a palavra absurdo mais de um par de vezes.



Nascido em Concord, Massachetts, em 12 de julho de 1817, o ensaísta e poeta Henry David Thoreau quase não se afastou da região natal ao longo de sua vida. Quando menino, costumava caçar, como todo garoto do interior americano, mas logo desenvolveu interesse e capacidade de estudar a natureza, principalmente em sua relação com o ser humano. Trabalhou na fábrica de lápis de seu pai antes de se tornar professor, formado em Harvard. Aos 18 anos, contraiu tuberculose, contra a qual lutou por toda a vida e de que morreu em 1862. Em 1849 publicou A desobediência civil, livro que exerceu grande influência sobre Mahatma Gandhi, no qual se inspirou para levar a efeito seu movimento de não violência, quando da luta pela independência da Índia. Em 1854, publicou Walden ou A vida nos bosques. Meu foco é A Desobediência Civil. que é e continuará a ser o livro-guia de todos os que, aqui e agora, têm consciência das injustiças a que estamos sujeitos. Thoreau denuncia, que o dinheiro silencia muitas perguntas que o homem de outro modo seria obrigado a fazer. Juridicamente, hoje, a Desobediência Civil é considerada uma forma de expressão do Direito de Resistência que possui cunho jurídico, mas não precisa de leis para garantia. A Desobediência Civil está no mesmo patamar jurídico do Direito de Greve e do Direito de Revolução, o qual se refere ao direito do povo de resguardar sua soberania quando é ofendida. Hoje começamos falando da poesia de Vicente de Carvalho e terminamos falando de Henry Thoreau confesso estar amargo de alma.



Tenho alcance para entender e apreciar o amor de Petrarca por Laura, assim como Petrarca entenderia o meu amor por você. Louvo Hafiz pela intensidade do amor por Shaka, lembro ainda que tenho duvidas se o amor de Tasso por Silvia ou o amor de Orlando por Angélica tenha sido igual ou superior. Ressalvo o devotamento de Ariosto narrando todo arrebatamento de Orlando e Angélica, digo mais, o lustro para registrar os risos da epopeia. Quando te vejo Dulcinéia olho para mim como Quixote com sublimidade no olhar embora tenha eu a certeza do amor indestrutível de Abelardo por Heloísa. O amor de Tristão por Isolda, que ainda que tenha outra Isolda, a poção não liberta. Li tantas história de amor tais como de Philip Sidney por Penélope Devereaux, Sade por Marie Quesnet, Werther por Charlotte. Que dizer do amor do deserdado Richard Brinsley Sheridan por Anne Linely que não fez poesias para sua amada como fez Willian Blake para Catherine Boucher, mas amou sinceramente. O amor que arrebatou Chateaubriant quando viu Madame Recamier. Vale lembrar o amor de Fabrice Del Longo por Clélia Conti na Cartuxa de Parma. sofrido, silencioso e distante do amor conturbado de Percy e Mary Shelley, mas amor é amor e Marilía por Dirceu não risca limites territoriais. O amor pode ganhar a delicadeza de um registro tal qual o de Alfred Tennyson por Emily Sellwood igualmente de Willian Thackeray por Isabella Shawe e de quebra criar a palavra esnobe. Seja como for e aonde for o amor move o mundo e quando as raizes do amor se entrelaçam esteja onde estiver haverá brilho nos olhos.

CAFÉ SABATINAL E CÉU AZUL.



 

Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada à Rua Bahia sem número,
quase esquina com Avenida Mal. Deodoro,
bem ao lado do Empório Homeofórmula,
onde bebe diversas xícaras de café orgânico
ao longo de seu dia de trabalho.



No comments:

Post a Comment