Friday, October 7, 2016

CAFÉ E BOM DIA #38 (por Carlos Eduardo Brizolinha)



Andre Breton, autor dos Manifestos Surrealistas (o primeiro, de 1924 e o segundo, de 1930) e considerado “criador” do movimento. A palavra surrealismo havia sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), ligado ao Cubismo, para identificar expressões artísticas que se esboçavam e é adotada pelos surrealistas por refletir a ideia de algo além do realismo. O início do movimento se dá por volta de 1922, quando os dadaístas se dispersam. Como muitos dos primeiros participantes do Surrealismo foram originados do movimento Dadá, uma separação enfática entre Surrealismo e Dadaísmo na teoria e prática pode ser difícil de ser estabelecida, apesar das declarações de Andre Breton no assunto não deixam dúvidas sobre sua própria claridade sobre as suas diferenças. No círculo acadêmico, esta linha imaginária é diferente entre diferentes historiadores. As raízes do Surrealismo nas artes visuais emprestam características ambos do Dadá e do Cubismo, assim como da abstração de Wassily Kadinsky e do Expressionismo, assim também como do Pós-Impressionismo. Outros campos de arte desenvolveram ideias sintonizadas com o movimento Surrealista. Na literatura alguns dos principais escritores foram: Paul Éluard, Louis Aragon, Jacques Prévert e André Breton. No teatro o maior representante na área da dramaturgia dessa época foi o francês Antonin Artaud. Ele mostrava o Surrealismo através de seu teatro da crueldade, gostava de unir o palco e a plateia. No cinema “Um Cão Andaluz” em 1928, e “L’Âge D’Or” em 1930. Ambos de Luis Buñuel em parceria com o pintor Salvador Dalí. Ter o inconsciente na criatividade do ser humano, buscar a linha divisória nos movimentos do Fauvismo, Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo é uma aventura e tanto. O poder criativo do sr humano é inesgotável.. Vladimir Kush mostra que o poder da arte pode se erguer do pó do tempo quando bem quiser.



“Não se espere de mim a narrativa integral do que me foi dado experimentar nesse domínio. Limitar-me-ei aqui a lembrar sem esforços de fatos que, independentemente de qualquer instância de minha vontade, ocorreram comigo, e que me dão, por vias insuspeitáveis, a medida da graça e da desgraça particulares de que sou objeto; deles falarei sem ordens preestabelecida e conforme o capricho da hora que os fizer vir à tona.”. “Todos os internamentos são arbitrários. Continuo a não ver por que motivo se privaria um ser humano de liberdade. Prenderam Sade; prenderam Nietzche; prenderam Baudelaire”. “Se fosse louco, aproveitaria o impulso do delírio para assassinar o primeiro – médico, de preferência – que me caísse nas mãos. Ganharia com isso pelo menos, como acontece com os loucos furiosos, o privilégio de ocupar um compartimento sozinho. Talvez assim me deixassem em paz”. “Por mais vontade que tivesse, e também talvez alguma ilusão, nunca estive à altura do que ela me propunha. Mas afinal, que me propunha? Não importa. Só o amor no sentido em que o compreendo – ou seja, o misterioso, o improvável, o único, o confundível e indubitável Amor”. “um gênio livre, algo como um desses espíritos do ar que certas práticas de magia permitem momentaneamente fixar, mas em caso algum submeter” - Pois André Breton é uma experiência e tanto, pois com " Nadja " com narrativa surrealista ao tom de narrativa poética pelas ruas de Paris transformada num palco imaginário. Considero Breton merecedor da maior atenção, mas não exitaria em seguir Artaud pela vocação da liberdade, pelo espírito de liberdade sem cangas ideológicas.



Colocando meus olhos no século XIX, não consultei o Arnold Hauser, contudo o Fauvismo pode ser considerado o primeiro movimento do século XX na arte moderna. O sopro vem do século XIX - 1899. Os " Feras = Fauves " foi um grupo comum que como ponto de partida se inspiraram em Van Gogh, Gauguin, Seraut e Cézanne. (...) Henri Matisse, Albert Marquet, e Georges Rouault, tinham sido alunos do artista simbolista Gustave Moreau e admirava a ênfase do artista mais velho a expressão pessoal. Matisse emergiu como o líder do grupo, cujos membros compartilhavam o uso da cor intensa como um veículo para a descrição de luz e espaço, e que redefiniu puro a forma como meio de comunicar o estado emocional do artista. (...) É sem duvida uma revolução colorida que foi batizada por um critico de arte no Salon d'Autosmne que chocado proferiu a frase " Donatello parmi Les Fauves " . Os autores das obras expostas, André Dérain [1880-1954], Kees van Dongen [1877-1968] e o flamengo Maurice Vlaminck [1876-1958], aproveitando a expressão, baptizaram este novo modelo de pintura com o nome de Fauvismo. Neste movimento, cada um estabelecia a sua própria definição de pintura. Há também uma interpretação livre da Natureza. Neste movimento destacam-se: Henri Matisse, considerado "o rei das feras", Maurice de Vlaminck e Raoul Dufy. É mágico imaginar o primeiro contato com essas obras, até então nada tão intenso nas galerias. A força das cores devem ter provocado um impacto e tanto e mais, fugindo da realidade. Uma arte que se afasta do intelecto e abre campo para sensações instintivas onde a cor pura é exaltada.

NESTE IMPÉRIO DAS CORES TOMO MEU CAFÉ PARA SEGUIR INTENSAMENTE NO BOM DIA


Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.


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