Wednesday, November 25, 2015

AS FEMINISTAS LIBERTARAM AS MULHERES DA COZINHA E HOJE ELAS COZINHAM POR PRAZER



No início dos tempos, o arquétipo da cozinheira doméstica era Dona Benta: uma senhora gorda, muito sorridente, com a cabeça toda branca, capaz de produzir quitutes magníficos a toque de caixa para um batalhão de netinhos sempre esfomeados.

Mas o tempo passou. E, com o advento do Feminismo, as mulheres da geração baby boomer se libertaram da prisão domiciliar então representada pela cozinha, seguindo direto para o mercado de trabalho. De quebra, libertaram também suas filhas e netas da sina de serem as responsáveis pela alimentação da família. 

Hoje, as mulheres não são mais "preparadas para o casamento" -- ao menos, não como eram 50 anos atrás. Mesmo aquelas que tentam conciliar uma vida profissional com obrigações de mãe e tarefas domésticas fogem da cozinha feito o diabo da cruz. Por conta disso tudo, é mais comum ver um homem cozinhando -- e fazendo isso por puro e absoluto prazer -- do que uma mulher.



Mesmo assim, as primeiras cozinheiras da TV brasileira mantiveram-se atreladas ao visual Dona Benta. Que o digam Ofélia Anunciato, Etty Fraser e a ainda ativa Parreirinha: todas gordas, todas sorridentes e todas de meia idade para cima. Quando mais essas senhoras davam as caras na tela da TV, mais as jovens telespectadoras tinham certeza de que cozinha era "coisa de vó" mesmo. 

Para piorar, os homens interessados em cozinha não se sentiam representados por elas, e muito menos atraídos pela falta de requinte com que praticavam em suas cozinhas o trivial variado sem imaginação, que ficava ainda pior graças à conversinha fiada desinteressante delas -- Etty Fraser era, certamente, uma exceção à regra.

Havia alí um erro mercadológico terrível das emissoras de TV. 

Muito tempo passou até que finalmente caiu a ficha e elas viram o tamanho do engano que cometiam.



Então, um belo dia, alguém decidiu finalmente apostar na figura de homens comandando cozinhas na TV. Não homens comuns, claro. Cozinheiros de verdade. Ou então jornalistas especializados em cozinha, personificando cozinheiros de verdade. 

Aqui no Brasil, os pioneiros do gênero foram José Hugo Celidônio, que tinha uma entrada semanal no Jornal Hoje da TV Globo, e Sílvio Lancelotti, que brilhou sozinho na TV Record na TV Manchete. José Hugo era carioca demais, e não conseguia ser uma unanimidade nacional. Já Sílvio cansou rapidamente, talvez por ser paulistano demais, italiano demais e maneirista demais. 

Os dois sumiram das telas de TV com o surgimento de figuras mais performáticas e universais, como o americano Jeff Smith, do programa "Frugal Gourmet" da PBS-TV, ou o catalão Karlos Arquiñano, da Barcelona TV, ambos muito populares nos canais por assinatura no Brasil nos Anos 1990.

Na virada do Século, no entanto, tudo começou isso a mudar. 

Com a multiplicação dos Canais de TV por assinatura, surgiram na tela da TV cozinheiros os mais exóticos, das mais diversas procedências, voltados para públicos cada vez mais segmentados.



O público jovem -- principalmente o feminino -- se encantou rapidamente com o inglês Jamie Oliver. Performático, cheio de truques para cozinheiros e com um poder de comunicação incomum, ele fez de seu programa um sucesso estrondoso no mundo inteiro. Francamente: a mim ele nunca convenceu.  

Já o público iniciado preferia a atitude do americano Gordon Ramsay, um cozinheiro bem mais contundente e refinado, e também um chefe de cozinha enérgico e perfeccionista. Seu programa "Hell's Kitchen" foi, e ainda é, um sucesso por aqui. Francamente: acho Ramsay um chato histriônico. 

No Brasil, curiosamente, foram os franceses Olivier Anquier e Claude Troigros, ambos craques muito experimentados, que reinaram quase absolutos por uns bons anos, tanto na preferência masculina quanto na feminina, seguidos bem de longe pelo pastoso Eduardo Guedes na TV aberta. 

Hoje, a estrela máxima do gênero passou a ser o ator e modelo Rodrigo Hilbert, que, para surpresa geral, revelou-se um cozinheiro habilidoso e espirituoso.



Demorou um bocado até que as mulheres finalmente perdessem o asco pela cozinha promovido pelas feministas dos Anos 60 e 70, e voltassem para cozinha, dessa vez com todas as honras.

A americana Martha Stewart, com sua voz pausada e seu jeito delicado e circunspecto, foi quem promoveu esse retorno na TV americana, ainda que com uma atitude revisionista, resgatando a imagem da mulher prendada. Contrariando todas as expectativas, funcionou muito bem e foi um sucesso de público. 

Martha Stewart foi copiada quase imediatamente por aqui por Ana Maria Braga, que possuí o mesmo tom de voz aditivado com Lexotan de Martha Stewart, e que tratou de "incorporar" um momento "dona de casa" em seu programa diário matinal.



Mas a revolução nos programas de culinária na TV veio mesmo por intermédio de Nigella Lawson, uma inglesa lindíssima e absurdamente sensual que cozinha sempre com um sorriso nos lábios, como se estivesse cometendo peraltices sexuais deliciosas à frente de seu fogão.

Assistir ao programa de Nigella é uma experiência absolutamente sensual. Que homem não queria uma mulher cheia de tesão como aquela cozinhando para ele -- ou melhor ainda: cozinhando ao lado dele, sempre com aquele sorriso nos lábios e vez ou outra com decotes deliciosos que deixam transbordar seus seios magníficos?   


Depois de Nigella, para surpresa geral, de uma hora para outra, o espaço dos homens nos programas culinários na TV passou a ser ocupado novamente por... mulheres. 

E o que é melhor: lindas mulheres. 

Que sensualizaram o ato de cozinhar, cada uma à sua maneira, em programas de TV que passaram a ser assistidos até por mamanjos que não tem o menor interesse em culinária.



Rita Lobo, com certeza, é a brasileira que melhor encarnou a nonchalance sensual de Nigella Lawson. 

Os telespectadores homens enlouquecem de tesão ao vê-la cozinhar. 

Seu sorriso é desconcertante. Sua voz, deliciosa. Sua perspicácia na elaboração das receitas é simplesmente admirável. 

E, claro, é uma mulher lindíssima. 

Grávida nessa última temporada, Rita conseguiu ficar mais sensual ainda. 

Eu, pessoalmente, confesso que ver o programa de Rita Lobo na TV já salvou o meu dia diversas vezes.
 

E é por essas e outras que eu sou totalmente refratário a game-shows de culinária como "Master Chef". Odeio game-shows de qualquer espécie. Não servem para coisa alguma. Eu, pessoalmente, cozinho porque gosto. E cozinho por absoluto diletantismo. Estou cagando para competições. Cozinhar, para mim, é uma investigação carinhosa. É uma experiência cultural. Digo mais: é um Elogio à Iconoclastia. 

Para mim, ou a coisa funciona assim, ou nada feito. 

Nigella Lawson e Rita Lobo sabem que não dá para ser fake nesse meio. Dispor de uma boa produção é importante, mas não substitui a "coisa verdadeira". Tem que ter conhecimento de causa. E, nos casos de Nigella e de Rita, o diferencial é associar coxinhar com tesão. Se rolar muita sedução -- e como rola! -- melhor ainda.

No final das contas, a atitude das Feministas ao libertar as mulheres da cozinha acabou sendo algo extremamente louvável. Tirou de cena as cozinheiras de batalhão, que faziam seu ofício por obrigação, e deu lugar às Deusas do Sexo de Forno e Fogão, que fazem tudo por prazer.

Se antes as crianças não corriam o risco de ter Complexo de Édipo ao serem alimentadas pela figura nada sensual de Dona Benta, agora, com toda essa sensualiação culinária rolando solta graças a essas mamães lindas e delicadíssimas, esse risco passar a ser classificado como real e imediato. 

Daí, não se espantem seas próximas gerações de brasileiros e brasileiras baby boomers criados por essas lindas mamães com dotes culinários esnobarem os quartos de motel ou o banco de trás dos carros na hora da iniciação sexual, e preferirem fazer sexo no aconchego da cozinha de suas casas. 

Graças a Nigella Lawson e a Rita Lobo, a cozinha nunca cheirou tanto a sexo quanto cheira hoje. 

E nunca foi tão bacana assim. 







Odorico Azeitona já foi flagrado 
por sua ex-mulher se masturbando 
enquanto assistia aos programas de TV 
de Nigella Lawson e Rita Lobo. 
Ainda segundo sua ex-mulher, 
Odorico dizia frases aparentemente 
desconexas enquanto dormia, como
"tira esses vasinhos de coentro do caminho 
e senta essa bunda na bancada" 
"vem que eu vou vou te mostrar 
pra que serve o terceiro pino da tomada".
Odorico escreve toda semana, 
às vezes às quartas, às vezes às quintas, 
em LEVA UM CASAQUINHO




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