Monday, January 9, 2017

AS "BOAZUDAS" DOS ANOS DE OURO DO CINEMA BRASILEIRO #5: IRENE STEFÂNIA








Se em grande parte o cinema é uma indústria de homens -– mais diretores que diretoras, mais histórias de homens que de mulheres -– são as atrizes que representam o lado mais mítico da Sétima Arte. Na tela prateada, elas viram musas. Algumas viram divas. E todas vivem eternamente nas imagens de 35mm eternizadas.

No caso específico do cinema brasileiro, uma das grandes musas é com certeza a belíssima Irene Stefânia, falecida na última terça, dia 3 de Janeiro, aos 72 anos de idade.

Irene nasceu em São Paulo SP, estudou Filosofia e estreou no cinema em 1966, já como protagonista, em "O Alegre Mundo de Helô", de Carlos Alberto de Souza Barros. 

Irene sempre foi uma atriz essencialmente de cinema. Teve uma participação bastante significativa em "Garota de Ipanema" (1967), de Leon Hirszman. Depois disso, fez "Fome de Amor" (1968) e 'Azyllo Muito Louco" (1970), ambos de Nelson Pereira dos Santos, ambos completamente anárquicos, ambos ao lado de Leila Diniz.

Mas foi em "Os Paqueras" , de Reginaldo Faria, que Irene provou seu primeiro grande sucesso de bilheteria. O filme é sobre dois farristas: um estudante de medicina, sem grana (Reginaldo Faria), e um empresário de meia idade, bastante abonado (Walter Foster), que unem forças por possuírem afinidade em comum: o prazer em seduzir mulheres. Um colabora com as conquistas do outro, até que um belo dia Foster vê Faria saindo com uma garota (Irene Stefânia) e os dois se apaixonam por ela.

Mas mesmo com todo o sucesso que veio na sequência de "Os Paqueras", Irene não conseguiu tirar o melhor proveito de sua popularidade. Fez apenas três novelas: "Tempo de Viver" (1972), "Supermanoela" (1974) e "Música ao Longe" (1982), mas não se ambientou direito com o trabalho na TV. Fez pouquíssimos filmes nos Anos 70, e anunciou que iria abandonar as telas em 1978, logo depois de rodar "Damas do Prazer", de Antonio Meliande, todo ambientado na Boca do Lixo paulistana.

Foi convencida por Carlão Reichebanch a desistir de sua aposentadoria precoce e integrar o elenco de "Anjos do Arrabalde"(1987), ao lado de Betty Faria e Clarice Abujamra. Mas apesar de toda a exposição que o filme teve em festivais pelo mundo afora, Irene retirou-se novamente do cinema por 20 anos, retornando em 2007 numa pequena participação em "O Signo da Cidade", de Carlos Alberto Ricelli e Bruna Lombardi.



Quem quiser conhecer melhor a vida artística toda interrompida -- mas mesmo assim, brilhante -- de Irene Stefânia, recomendo a leitura da biografia dela publicada pela Imprensa Oficial do Estado de Sao Paulo na Coleção Aplauso.

É relativamente fácil de encontrar pelas livrarias.

Se preferir a versão PDF, ela pode ser baixada gratuitamente AQUI






Filmografia
O Mundo Alegre de Helô
(1967 Carlos Alberto de Souza Barros)
Garota de Ipanema
(1967 Leon Hirszman)
Fome de Amor
(1968 Nelson Pereira dos Santos)
Lance Maior
(1968 Sylvio Back)
A Doce Mulher Amada
(1968 Ruy Santos)
Os Paqueras
(1969 Reginaldo Farias)
A Cama Ao Alcance de Todos
(1969 Alberto Salvá)
As Armas
(1969 Astolfo Araújo)
Azyllo Muito Louco
(1970 Nelson Pereira dos Santos)
É Simonal
(1970 Domingos de Oliveira)
O Donzelo
(1970 Stefan Wohl)
Cléo e Daniel
(1970 Roberto Freire)
Mãos Vazias
(1971 Luiz Carlos Lacerda)
O Doce Esporte do Sexo
(1971 Zelito Viana)
Amor e Medo
(1974 José Rubens Siqueira)
Damas do Prazer
(1978 Antonio Meliande)
Anjos do Arrabalde
(1987 Carlos Reichenbach)
O Signo da Cidade
(2007 Carlos Alberto Ricelli)























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