Wednesday, October 7, 2015

DAVID BOWIE E JIM HENSON NUMA FANTASIA POP QUE É A CARA DOS ANOS 80 (CinePagu 19h)

por Vivi Maurey
para NÍVEL ÉPICO


Darth Vader é o melhor vilão dos anos 70 (PONTO!). Calma, não tô fazendo nenhuma comparação. É só para deixar claro a evidência das décadas. Dito isso, Jareth aka David Bowie — as himself, praticamente — é um dos melhores vilões dos anos 80! Quem é fã de fantasia, e teve infância na década da música eletrônica e seus sintetizadores, efeitos CGI e penteados femininos a la Linda Hamilton em Exterminador do Futuro, sabe que Labirinto – A Magia do Tempo (Labyrinth, Reino Unido, 1986) é um clássico! Além de fazer parte, é claro, da lista dos 100 filmes que você precisa ver antes de morrer! (Vou convencer ao nosso editor de um dia a equipe se juntar e fazer essa lista para postar aqui no site!) ;)

Apesar de encher a boca para falar sobre a década de 80, eu não a desfrutei como gostaria. Sou bem mais nova que isso, rs, e é por isso que sou a pessoa perfeita para falar sobre o filme. Sim, isso não faz sentido. Não tenho argumentos. Apenas não duvide de mim e leia o restante do post.

Criado por Jim Henson, o filme conta a história de Sarah (Jennifer Connelly), uma adolescente de 15 anos que adora ler, daquelas que vivem no mundo da fantasia e esquecem de viver a realidade. Os pais a colocam para cuidar do irmão mais novo por mais um final de semana e ela, com raiva, pede ao Rei dos Duendes (David Bowie) que leve o bebê para bem longe. O que ela não sabe é que esses personagens de seu livro favorito são reais e de fato levam o bebê embora. E para resgatar o pequeno Toby antes que ele vire um duende, Sarah precisa enfrentar um mundo dos contos de fadas e atravessar um labirinto repleto de armadilhas e personagens misteriosos — um lugar em que nada parece ser o que é —, em apenas 13 horas.


Desde o início, nada é o que parece. A grande sacada do filme é essa. As aparências enganam. Assim que o filme começa você vê a personagem Sarah interpretando uma cena de seu livro predileto, com direito a vestido e um ambiente medieval. Quando a chuva cai e ela levanta o vestido para correr, as calças jeans revelam os dias “atuais” e você percebe que foi enganado pelos dois minutos iniciais da história. E se você é um espectador atento, vai entender que essa é a dica sobre o filme inteiro! E você já sabe que tudo o que vai ser mostrado não deve ser julgado tão rapidamente, pois as coisas não são o que parecem. LINDO, não é?

O filme foi discutido pela primeira vez por Jin Henson e Brian Froud num passeio de limosine, na volta da exibição do filme O Cristal Encantado (1982) a partir de um concept — um bebê cercado por goblins — desenhado por Froud, imagem esta que serviu de grande inspiração para o “tom” do filme. Ao contrário do que pensam alguns, o filme não foi baseado em livro. Pelo contrário. Uma novelização foi feita DEPOIS do filme por A. C. H. Smith, mas infelizmente já não circula nas livrarias. Quem comprou na época, tem sorte de possuir uma edição tão rara e “morta” da história do labirinto. Além de Henson e Froud, Terry Jones também ajudou a criar a história.

Infelizmente, ao contrário do que nós, fãs, pensamos, as críticas do filme na época foram devastadoras. :/ O Chicago Tribune divulgou na ocasião que além do filme ter sido uma porcaria, tinha uma história patética, visual grotesco e um enredo muito complicado. (okay…..) — FATO que se existissem blogueiros naquela época, teriam CRUCIFICADO o responsável por essa crítica banal e sem argumento! O filme é lotado de simbologia e mensagens de amadurecimento e aprendizado na vida de uma menina prestes a se tornar mulher. Além de usar referências de O Mágico de Oz que ajuda a formar caráter. Sério. Qual é a dificuldade?

Isso foi muito triste, pois o diretor do filme Jin Henson morreu alguns anos depois achando que o filme jamais faria o sucesso que ele pretendia. O que não é verdade. Ele precisou morrer para as pessoas enxergarem sua obra com outros olhos. O mesmo Chicago Tribune divulgou anos mais tarde (em 2007) que Labirinto poderia ser descrito como um filme ESTONTEANTE, uma verdadeira obra-prima, uma história linda de fantasia para crianças!… É uma pena que Henson não tenha visto a referência que o filme que ele criou se tornou para jovens e adultos, na história da fantasia no cinema.


Curiosidades sobre o filme:

Por mais que David Bowie tenha muitos talentos, manuseio de bolas de cristal não é um deles. E também não foram usados efeitos especiais para as cenas em que Jareth brinca com as bolas de cristal usando as mãos. Na verdade, foi um coreógrafo chamado Michael Moschen, que fez tudo isso sem sequer olhar para o que estava fazendo, pois ficava atrás de Bowie na hora das filmagens substituindo os braços do ator. CLAP CLAP pra ele, porque essa arte é realmente muito linda e hipnotizante.

Jennifer Connelly foi escolhida para o papel de Sarah depois do teste de várias atrizes como: Helena Bonham Carter, Sarah Jessica Parker, Marisa Tomei, Mia Sara (do filme A Lenda) entre outras? :) Viva Jennifer.

Para os fãs de Star Wars, George Lucas participou do filme como produtor executivo e colaborou muito com o roteiro!

O filme foi lançado no Brasil no dia 24 de julho de 1986. Quem ainda não teve a oportunidade de ver, deixa de passar vergonha e assista HOJE!


LABIRINTO
(Labyrinth, 1986, 101 minutos)

Produção Executiva
George Lucas

Direção
Jim Henson

História
Jim Henson
Dennis Lee

Roteiro
Terry Jones

Música 
Trevor Jones
David Bowie

Elenco
David Bowie
Jennifer Connelly
Toby Froud
Brian Henson
Ron Mueck



Quarta - 7 de Outubro - 19 horas
OFICINA CULTURAL PAGU
Rua Espírito Santo, 17 
quase esquina com Av. Ana Costa
Campo Grande, Santos SP
Telefone: (13) 3219-2036

Ao final da exibição,
 um breve debate com os curadores
 do Cineclube Pagu:
 Carlos Cirne e Marcelo Pestana









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