Wednesday, May 4, 2016

A MARVEL ACERTA EM CHEIO COM 'CAPITÃO AMÉRICA - GUERRA CIVIL" (por Fábio Campos)



Capitão América - Guerra Civil é o décimo terceiro filme produzido pelos estúdios Marvel. Desde Homem de Ferro, de 2008, até agora, praticamente todos os filmes tiveram ótima aceitação da critica e, principalmente, ótimas bilheterias. O plano de levar o Universo Marvel para a telona foi executado com maestria pelo estúdio, inicialmente apresentando os personagens individualmente, somente dando a entender que eles coabitavam o mesmo universo e, posteriormente, entrelaçando as histórias, quase como nos seriados cinematográficos dos anos 40.

A história inicia logo após os eventos de Vingadores 2 e a primeira parte do filme parece um cruzamento da série Bourne com Super-Heróis. As sequências de perseguição são espetaculares, as lutas intensas e bastante realistas, mesmo levando em conta os superpoderes –- a maneira como o Capitão América usa o escudo é um show a parte. Após esse início acelerado é levantada a questão sobre as responsabilidades dos atos dos heróis, não só nesse filme, mas em toda série. A discussão acaba sendo a mesma de Batman Vs Superman: apesar das boas intenções, como enfrentar os riscos e definir se uma ação deve ou não ser executada? Ao contrário do filme da DC, tudo é muito bem desenvolvido, sem pressa, as discussões que acabam por formar duas equipes distintas acontecem no tempo certo, dá pra entender e se identificar com a motivação dos dois lados. Não existe lado certo ou errado, essa é a principal inovação do filme, não temos um vilão – o bem contra o mal –, e sim duas equipes que acreditam no que defendem e cujas motivações são totalmente justificáveis.


Como já estamos numa nova fase, os novos heróis são apresentados quase que diretamente. Temos um novo herói e um velho conhecido reapresentado. O Pantera Negra entra na trama e logo parte para a ação, tornando-se inclusive parte importante da história. É impossível não se impressionar com a visão global da Marvel na reapresentação do Homem Aranha. Depois de dois filmes sem nenhuma inovação, o personagem ressurge adolescente, assumindo ainda mais a essência dos gibis e encaixando-se perfeitamente no universo criado nos doze filmes anteriores. Mesmo a mudança da Tia May em relação aos quadrinhos é muito bem-vinda: Marisa Tomei ficou ótima no papel. Imagino que a expectativa para o novo filme solo tenha aumentando muito. A Sony fez um ótimo negócio ao permitir que o Aranha participasse deste filme.

Mesmo depois de tantos filmes de super-heróis, o confronto das duas equipes é algo grandioso, impossível não se impressionar. Os combates não são contra alienígenas ou robôs, como nos dois Vingadores. São personagens que foram desenvolvidos ao longo dos filmes e que aprendemos a gostar. E esse é outro ponto alto do filme. A partir do confronto épico, parece que tudo vai ser previsível, Mas o roteiro, habilmente, inverte as expectativas e fecha o filme com uma revelação surpreendente, deixando um sabor amargo no final.

Esse é, sem dúvida, o melhor filme de super-heróis de todos os tempos -- e, além disso, é um grande filme, mesmo se colocado num contexto maior. Resta saber como a Marvel vai conseguir superar a si própria, já que a DC já ficou bem pra trás.



Fábio Campos convive com filmes
desde que nasceu, 49 anos atrás.
Seus textos sobre cinema passam ao largo
do vício da objetividade que norteia
a imensa maioria dos resenhistas.
Fábui é colaborador contumaz
de LEVA UM CASAQUINHO.





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