Não sei quanto a vocês, mas pra mim não existe nada mais aborrecido do que dividir o mesmo Supermercado com algum locutor promovendo ofertas relâmpago.
O EXTRA daqui da Avenida Ana Costa, em Santos, tem uma dessas criaturas insuportáveis dando plantão dia e noite há vários anos. O infeliz fala como Sílvio Santos a partir do momento em que inicia o expediente. E fala pelos cotovelos, claro. Tira qualquer um do sério. Como gosta de um microfone o infeliz. Já reclamei com o gerente. De nada adiantou, o cretino continuou lá, a postos, inabalável. Presumo que faça parte do "marketing" da casa submeter seus clientes a esse tipo de ação promocional torturante. Por conta disso, decidi não pisar mais naquele lugar. Decidi isso faz um bom tempo. E tenho cumprido à risca esta decisão, mesmo trabalhando 3 dias por semana bem ao lado do Supermercado.
Mas neste sábado, minha "patroa" querida precisou comprar um presente para uma amiga dela, que está casando, e deixou uma lista de presentes justamente no EXTRA -- coisa de pobre deixar lista de presentes no EXTRA, mas enfim... --, e lá fui eu, corajosamente, acompanhá-la muito à contragosto em mais uma visita àquele lugar detestável, de arquitetura escrota -- obra resultante da união das mentes doentias do Sr. Armênio Mendes, que é o Donald Trump daqui, e do Sr. Abílio Diniz.
Mas confesso que a minha coragem durou pouco. Foi só o locutor soltar a voz e começar a tentar vender computadores Positivo que já nasceram obsoletos para os otários presentes ao recinto que eu comecei a ficar violentamente irritado. E -- eu juro -- havia algo de homicida na minha irritação. Pensei em pelo menos 12 maneiras bem cruéis de acabar com a raça do infeliz, e mesmo assim não consegui acalmar. Senti aflorar o Norman Bates que existe em cada um de nós -- o que é péssimo, pois tenho verdadeiro horror ao estilo de Norman Bates, perfiro mil vezes o Dr. Hannibal Lecter, este sim um psicopata com P Maiúsculo.
Well, depois de uma hora e meia vagando naquela pocilga -- minha "patroa" estava indecisa sobre o que escolher, e no final das contas, numa atitude sábia, porém irritante, acabou não escolhendo coisa alguma, e preferiu procurar um presente melhor em algum outro lugar minimamente decente --, fomos embora dalí. Assim que chegamos ao cruzamento da Avenida Ana Costa com a Francisco Glicério, e eu pude respirar aliviado, já a uma distância segura do EXTRA, é que eu senti o que é, realmente, a insuportável leveza do ser. Nada como o alívio depois de uma experiência verdadeiramente assustadora.
Portanto, amiguinhos: se vocês, assim como eu, tem urticária a essas criaturas vaidosíssimas que falam pelos cotovelos, que vivem ardentes casos de amor com suas próprias vozes, que jamais resistem a um microfone, habitam supermercados e bingos, e -- como se tudo isso não bastasse -- ainda acham que o ouvido alheio é privada, aqui vai a dica:
Fujam do EXTRA de Santos nos finais de semana.
Aquilo é mais insalubre que kryptonita!
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