Tuesday, May 31, 2016

UM LONGO VERÃO BABADO FORTÍSSIMO - PARTE 2 (por Jurema Cartwright)


No episódio anterior,
Jurema passeava pela Praia do Itararé
com sua amiga cigana queijeira Luzinete
e sua nova amiga Vesúvia,
uma caipirona encantadora
que estava hospedada em seu apartamento
na Ilha Porchat no final do ano passado,
juntamente com seu marido, Romildo,
ambos de Muzambinho, sua cidade natal.
Juntas, as três ninfas protagonizaram
uma alegre siririca grupal dentro d'água,
e lembraram das safadezas que faziam
no rio que cruzava a fazenda
onde foram criadas.
Com vocês... Jurema Cartwright!



Quando Vesúvia fez menção a meu irmão Jamil -- a quem tive o prazer de escolar sexualmente -- e a minha querida tia Nilde -- que me apresentou o Mundo Encantado do Velcrolândia, de onde nunca mais me destanciei --, mal pude acreditar no que ouvia! Nós duas tínhamos muito mais em comum do que podíamos imaginar em princípio. Nossos passados definitivamente conspiravam a nosso favor.

Foi quando Vesúvia nos disse que Romildo teria que voltar a Muzambinho para resolver questões de trabalho entre o Natal e o Ano Novo, e que retornaria a São Vicente só no Reveillon para levá-la de volta para Muzambinho. Daí, propôs a Luzinete e a mim que não dessemos bandeira dessas nossas brincadeiras diante dele, para que ele viajasse desencanado e sem desconfiar de coisa alguma. O medo dela era que ele não a quisesse naquele "antro de perdição à beira-mar" e a obrigasse a voltar com ele para Muzambinho, por pura desconfiança. 

Então, seguimos o combinado. Não demos a menor bandeira. Tivemos um Natal chato e caretérrimo. Não víamos a hora de chegar logo a manhã de sábado, quando Romildo finalmente cairia na estrada e nos deixaria em paz. Foi só quando isso aconteceu que nossas Festas de Fim de Ano finalmente começaram.



Tivemos uma semana espetacular a três. Vesúvia ficou encantada com meu arsenal de vibradores, dildos e dildo-belts. Disse que nunca havia visto tamanha variedade antes. Contou que possui um pequeno vibrador que comprou pelo Correio de uma sex-shop paulistana, pelo qual pagou por boleto bancário, pois Romildo controla os cartões de crédito e não poderia saber da compra. Atitude típica de um babaca títipo. Com o passar do tempo, e o uso constante, o vibradorzinho deixou de funcionar com a mesma presteza de antes. Seu motorzinho dele cansou. Dei a Vesúvia dois novinhos em folha de presente de Natal. Um para massagear o clitóris. E outro, pequenininho, para usar durante o dia, enterrado no cu. Ela adorou.

Infelizmente, não pudemos levar Vesúvia para a lage de pedra diante do prédio onde moro para tomarmos banho de lua nuas no meio da madrugada. É que esse tipo de coisa só dá para fazer fora da temporada de verão, quando apenas os moradores regulares do prédio estão na área e a privacidade até existe. Agora, no Verão, tudo fica superlotado de veranistas, e é um Deus nos acuda.



Mesmo assim, inventamos alguns programas bem interessantes. Levamos Vesúvia para passear de bonde no centro da cidade e lembrei que, em Muzambinho, sempre que chegava uma putinha nova no único puteiro da cidade, a cafetina a obrigava a passear de charrete pela cidade, para que todos os homens vissem que tinha "carne nova no pedaço" e se habilitassem a conhecer a moça biblicamente. Disse a Luzinete e a Vesúvia que, apesar de meus 69 anos de idade, me sentia uma putinha nova passeando naquele bonde aberto pelos arredores do Porto. De sananagem, começamos a mostrar nossos peitos e nossas bucetinhas para os bêbados e indigentes que habitam as ruas do centro, só para ver como reagiam. Foi muito engraçado. 

Teve um dia em que levamos Vesúvia para passear de escuna pela Orla e pela entrada da Baía de Santos. Ela ficou deslumbrada. Adorou conhecer algumas praias exclusivas do Guarujá, onde só se chega a pé ou de barco. Nadou em mar aberto, algo que jamais sonhara fazer. Desnecessário dizer que, diante de uma emoção tão intensa, Vesúvia gozou novamente dentro d'água.



Quando voltamos para a Ilha Porchat, o porteiro de prédio me deu um recado: minha velha amiga Helô Pinheiro, que possui um apartamento no prédio, pediu que eu fizesse o favor de ceder minha faxineira para dar um trato no apartamento dela tem no prédio, pois uma de suas três filhas, Kiki, viria passar o Reveillon por aqui. Como não consegui localizar a faxineira em lugar algum, decidimos nós mesmas fazer uma grande faxina no apartamento da Helô. Só que a faxina acabou demorando tempo demais, pois tudo que começávamos a fazer acabava eventualmente se transformando em mote para nossas lesbianices. Luzinete não conseguia passar o aspirador na casa sem ser chupada dos pés à cabeça por Vesúvia e por mim. Vesúvia bem que tentou passar cera no chão, mas antes que fosse muito longe em sua empreitada acabou devorada por Luzinete e por mim com nossos dildo belts numa DP sensacional. Eu mesma fui enrabada pelas duas com dildos de vários tamanhos enquanto tentava desentupir um vaso sanitário com um desentupidor e com um arame. Uma pândega! No final das contas, depois de dois dias de faxina, o apartamento de Helô ficou um brinco. E nós, exaustas!

No meio da tarde do dia 31, nós três já estávamos a postos, comportadíssimas, fazendo cara de santinhas, aguardando a chegada de Romildo, que ligou cedo pela manhã dizendo que já estava pegando a estrada. Vesúvia preparou para a ceia um tender, uma farofa com passas e castanha de cajú, uma salada de batatas com salmão defumado, ovos e azeitonas e ainda empadinhas de camarão -- sem contar as rabanadas e o mousse de maracujá. Eu deixei uma peça grande de salmão e outra de atum a postos na geladeira para preparar sashimis.



Enquanto assistíamos à São Silvestre na TV, o telefone tocou. Era Romildo, dizendo que teve um problema com o carro na estrada e teve que voltar para Muzambinho de carona. Enquanto comemorávamos, ouvimos a campainha: era Kiki, filha de Helô, que já estava instalada em seu apartamento e veio agradecer a faxina e nos convidar para almoçar. Saímos no carro de Kiki, descemos a Ilha Porchat e viemos até Santos para almoçar no Restaurante Da Franco, que fica no 20º andar do Hotel Mercure e tem uma vista privilegiada das praias da região. Ao chegarmos no Hotel, Vesúvia olhou para um carro estacionado quase na porta e o reconheceu: era o de Romildo. Olhou para uma casa de sucos logo atrás do hotel e lá estava Romildo acompanhado de sua secretária -- que ele, pelo visto, trouxe lá de Minas para passar o Verão com ele em Santos.

Vesúvia olhou para Luzinete e para mim com muita raiva nos olhos e disse: "Não é um filho da puta? Se faz de miserável, economiza nas férias me hospedando de favor no apartamento de vocês, para depois ficar no bem bom com essa vagabunda num Hotel 4 Estrelas. O que eu faço com esse safado?"

Foi quando Kiki virou-se para nós e disse: "Raiva não ajuda em nada. Tem que agir friamente numa hora dessas. Me dá seu celular e deixa o resto por minha conta". Kiki entrou sozinha no bar onde os dois estavam, sentou-se numa mesa quase ao lado deles e, sem que percebessem, clicou várias fotos do casalzinho apaixonado. Pediu um suco de melão, pagou a conta e voltou até nós. Entregou o celular para Vesúvia, e disse: "Agora fique calma, procure um bom advogado, entregue essas fotos para ele e deixe que ele cuide disso para você. Vamos almoçar que eu estou morrendo de fome."



Foi um almoço delicioso. O Restaurante Da Franco tem uma vista de Santos simplesmente sensacional. Pouco a pouco, Vesúvia começou a se alegrar. E a nossa noite de reveillon foi sensacional. Servi sashimi sobre o corpo nu de Vesúvia, que ficou deitada de pernas abertas sobra a mesa da sala enquanto Luzinete e eu nos serviámos. Cada pedaço de peixe que tirávamos de seu ventre nós molhávamos em sua bucetinha úmida, só para complementar o sabor. Depois repetimos a dose sobre o corpo de Luzinete e, por último, sobre meu corpo. Venúsia nunca tinha provado peixe cru antes. Adorou o molho de baba de buceta. Foi iniciada neste ritual oriental milenar da maneira mais bacana de todas.

Depois de toda essa putaria, fizemos tesourinhas para trocarmos fluídos sexuais intensamente. Depois voltamos a comer. E voltamos a fuder. E seguimos nessa toada até sábado, dia 2, quando decidimos ir para a praia e ficar por lá o dia inteiro. Domingo, dia 3, Romildo ligou dizendo que não poderia vir buscar Vesúvia, e alegou que o carro ainda estava na oficina e de lá não sairia tão cedo. Propôs que ela voltasse a Muzambinho de ônibus. Ela fez que concordou. Só que não voltou. E não atendeu mais os telefonemas dele. E entregou as fotos do celular para um advogado recomendado por meu amigo Manuel Mann, que abriu um processo de divórcio contra Romildo.



Uma semana mais tarde, Eteovaldo, meu irmão de criação, ligou para saber se Vesúvia estava escondida aqui em casa. Respondi que ela estava aqui sim. Não escondida, mas como minha hóspede. Então ele, coitado, veio querendo posar de macho pra cima de mim, exigindo que ela voltasse imediatamente para seu filho e desistisse dessa coisa de divórcio. Foi nesse momento que Vesúvia pediu para colocar a ligação no viva-voz e começou a falar bem alto: "Vai se foder, velho brocha. Não se meta onde não foi chamado. Seu filho quis dar uma de espertalhão e foi pego no flagra porque e burro! E quem é burro tem mais é que se foder! Eu não fiz barraco quando o flagrei para não virar a vilã da história. Agora pega essa rola mole, dobra e enfia no cu, velho filho da puta. E pode avisar o Romildo para se preparar, pois vou tomar essa porra dessa fazendinha de vocês".

E assim começamos 2016. 

Para Luzinete e eu, tem sido um turbilhão de emoções desde que Vesúvia entrou em nossas vidas. Já para Vesúvia, 2016 é o Ano da Revanche. Demorou, mas ela parece ter decidido finalmente fazer juz a seu nome.



Semana que vem, você vai conhecer em detalhes o cruzeiro marítimo babado forte que fizemos no Splendour Of The Ass, nome carinhoso que demos ao navio que nos recebeu tão calorosamente. Até lá.  

(continua na próxima terça...)


Jurema Cartwright é mineira de Muzambinho.
Tem 69 anos de idade, mas não aparenta.
Fã confessa de Oriana Fallaci,
circulou pelo mundo em busca de reportagens bombásticas
e chegou a ter alguma projeção nos anos 70 e 80.
Mas dos Anos 90 para cá
deixou o jornalismo investigativo de lado,
virou executiva de imprensa na Área Portuária
e passou a escrever exclusivamente sobre lesbianismo
e a fotografar profissionalmente.
Vive em São Vicente, SP.


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