Quem acompanhou semana passada a troca de farpas entre os outrora alegres integrantes da banda familiar LOS TATURANAS, certamente ficou estarrecido, a se perguntar como um grupo tão bem humorado foi chegar a tamanho litígio.
Infelizmente, o convívio constante com advogados e interrogadores incansáveis formados nos balcões do Spoleto brutalizaram Taturana Pai, Leaozinho Taturana e Vitinho Taturana, tornando-os pessoas frias e calculistas.
Pipinho Taturana é a excessão à regra.
Empenhado em reunir a banda e a família, ele não se fez de rogado e, munido de textos alegres escritos por ele, seu pai e seus irmãos dez anos atrás -- época em que mantinham um blog comunitário intitulado SÓ ABORRECIMENTO --, não mediu esforços para que fossem entregues a LEVA UM CASAQUINHO, na esperança que sua republicação sensibilize os outros 3 Taturanas não só a reativar uma das maiores bandas de todos os tempos, como também a embarcar em novas e vibrantes aventuras.
Leiam estes textos escritos dez anos atrás. Comparem com os publicados semana passada. E torçam, com LEVA UM CASAQUINHO, para que nossos bravos rapazes consigam superar suas diferenças e dar a volta por cima.
MARIQUINHA EH, MARIQUINHA EH, MARIQUINHA EH...
Reza a lenda que bicha burra nasce morta. Mas não vou arriscar. Já levei com uma sapatilha nas ventas por achar meio nojentão dois caubóis engatados rolando na relva. Assim, antes que a comunidade gay me acuse de homofóbico e encha minha boca de purpurina pela bisca de incorreção política que se segue, devo esclarecer que sou um tremendo S do movimento rebolativo GLS e tenho uma legião de amigos descaradamente bonecas. Além do mais, eu mesmo confesso que abuso de umas característica bibíssimas – adoro musicais de Hollywood, daqueles que, de tão açucarados, aumentam a nossa taxa de glicose no sangue. E sou fanzoca de Wilde e Capote. E..., chega, não?
Esclarecimentos feitos, vamos ao assunto. Esse papo não tem nenhuma relação com homosexualismo. Discorreremos aqui sobre viadice, bichice, mariquice, essas coisas.
“Coisa de viado” caiu um pouco na vala comum. Todo mundo sabe que “amar” Barbra Streisand, mãe, Marilyn Monroe, Truman Capote e Oscar Wilde (eles próprios bibas enlouquecidas); Marlene, Emilinha Borba, Carmem Miranda, Brokeback Mountain, peteca, Elke Maravilha, Bambi, ginástica olímpica, balé, cor de rosa, fúcsia, direção de teatro infantil, falar francês e, claro, liberar o toba, são classicamente coisas de viado. Com essas características, não precisamos de grandes antenas (opa!) para identificar a dengosa.
O desafio aqui é descobrir a viadice do sujeito que apresenta desejos e comportamentos aparentemente desassociados da perobagem. Abaixo, alguns indícios de mariquice implícita:
gostar muito de doce
jogar vôlei
comer brioche
adorar filme japonês ou iraniano cabeça
adorar comida japonesa
tocar piano
praticar esgrima
adorar os anos 80
pedir café com creme
fumar cigarros de filtro branco
tomar café descafeinado
chamar a atenção de um grupo de pessoas falando “gente!”
passar hidratante
Tem mais coisa. Mas agora vou ver uma sessão dupla de My Fair Lady.
Kisses, kisses...
Pois, eis que abro o livro com a antologia d'O Pasquim e me deparo com um meio-jogo-meio-memorias escrito por Ivan Lessa (e respondido por Ziraldo) cujo objetivo é jogar lembranças no papel. Uma microbiografia focada não no biografado, mas nos fatos comuns aos seus conterratemporâneos. Vou começar o jogo e convido vocês (colaboradores ou comentaristas) a me seguirem:
Lembro das revistas "Careta" que meu pai colecionava, o panelaço pelas diretas e a morte do Tancredo "narrada" por aquele porta-voz barbudo. Drops Chu-cola no cine Indaiá ou no Alhambra. Cheiro de chá na casa da vó com as tias conversando e apertando a bocheca. Também na casa da vó, inverno com sol, formula-1 e amendoim. Pantera cor-de-rosa no fim da tarde e na sequência a versão em desenho de "A volta ao mundo em 80 dias". O Sr. Phileas Fogg era um leão. O cheiro de "média" quentinha ao voltar da padaria (média santista = pãozinho). Pular o muro da casa pra pegar carambola, acordar mais cedo pra ver o primeiro Show da Xuxa. Voltar da escola a pé pela praia em dias cinzas conversando com o melhor amigo. Ter vergonha do uniforme da escola. Tomar lanche na parte de cima do Eldorado e na saida enfiar a mão no saco de feijão a granel que ficava bem embaixo daqueles lustres-bola dourados. Mascar muitos ping-pongs para colecionar as figurinhas com tranfix da copa de 86. Ficar ansioso para encontrar aquela menina da escola no bailinho e dançar meia música com ela. Ficar feliz a noite inteira por isso. Comer o sorvete de maçã verde do tubarão no Manolo depois da praia.
ONDE É QUE FICA A DESCARGA?
- Eita! Não dava pra esperar chegar em Salvador?
- Óxi! Tava apertado demais, meu rei! Abri a primeira porta que eu vi!
Ouve-se uma campainha, máscaras de gás caem e uma voz ligeiramente nervosa diz:
"Senhores passageiros, mantenham a calma e apertem os cintos. Nós estamos retornando"
VOCÊ TEM PICA?
Se alguém um dia porventura indagar-lhe - seja você homem, mulher ou um pouco dos dois - se você tem "pica", provavelmente você não hesitará nem um segundo ao responder, afinal cada um sabe muito bem o que tem entre as pernas, certo?
Pois bem, de hoje em diante (pasmem), "pica" terá mais um significado - o que na minha opinião é bem legal uma vez que aumenta ainda mais as possibilidades do emprego dessa palavra tão querida (eu disse palavra) e tão usada (nesse caso palavra e objeto) por todos nós. "Pica", minha gente, além dessa coisa fálico-roliça que todo mundo já pegou (própria ou alheia) é também uma curiosa síndrome. Vamos à etimologia: Palavra latina derivada de "pêga", uma espécie de pombo que come qualquer coisa - com o bico. E a "pica" (a síndrome) faz exatamente isso. A pessoa sente um apetite compulsivo por coisas não-comestíveis como tinta, barro, cabos USB, etc. Em 2004, médicos franceses atenderam um senhor de 62 anos que devorava moedas. Apesar dos esforços, ele morreu. Com cerca de 600 dólares no estômago.
Agora imaginem um possível diálogo entre médico e paciente:
Paciente:
Doutor, acho que estou sofrendo de pica...
Doutor, acho que estou sofrendo de pica...
Médico:
Sim, mas, qual o tamanho dessa sua pica? Ela é muito forte?
(essa cena daria um livro só de diálogos ambíguos)
Sim, mas, qual o tamanho dessa sua pica? Ela é muito forte?
(essa cena daria um livro só de diálogos ambíguos)
Além da Pica, acabei descobrindo algumas outras moléstias um tanto quanto estranhas. Segue algumas delas:
Síndrome da Redução Genital
Essa afecção deixa a pessoa com a sensação de que seus genitais são menores do que de fato são, ou de que estão sumindo. Mas o mais curioso dessa doença é que sua maior incidência foi relatada na Ásia, o que me leva a pensar que na verdade os japoneses são possuidores de jebas imensas e apenas PENSAM que elas são pequenas. Pena essa síndrome afetar apenas as genitálias do portador da mesma, do contrário seria uma ótima desculpa para os menos favorecidos, imaginem: " Meu bem, você precisa procurar um médico...meu pau é realmente grande!".
Síndrome da Mão Estranha
Taí uma enfermidade que eu queria ter. Ela é o aval da conhecida "mão boba" já que o doente não controla a mão. Causada por lesões no cérebro, ela é capaz de realizar sozinha ações tão complexas quanto abrir um zíper (não é perfeito?).
Maldição de Ondina
O nome é uma referência à Ondina, ninfa das águas na mitologia pagã européia. A doença faz com que as vítimas percam o controle da respiração. Se não ficar atento, o sujeito simplesmente esquece de respirar e acaba sufocado. No Brasil o único caso diagnosticado dessa doença foi no senador Eduardo Suplicy.
Enfim, prato cheio para os hipocondríacos de plantão. Agora, nêgo que tentar pegar no meu pau reduzido com a "mão estranha" vai parar de respirar - seja Ondina, ou não.
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