Friday, June 3, 2016

CAFÉ E BOM DIA #26 (por Carlos Eduardo Brizolinha)



Conhecer sem referências. A Terra é um pequeníssimo ponto no Universo. É um pequeno fragmento do sistema solar. O sistema solar é um pequeno fragmento da Via Láctea. E a Via Láctea é um pequeno fragmento dos muitos milhões de galáxias reveladas pelos telescópios modernos. Neste insignificante ponto do cosmos há um breve interlúdio entre dois longos períodos estéreis em vida. Neste breve interlúdio, há outro ainda mais curto que contém o homem. Se o homem é realmente o objetivo do Universo, o prefácio parece um pouco longo demais. Superestimar a importância de nosso planeta sempre foi um dos defeitos dos teólogos de todos os tempos. É importante aprender a não se aborrecer com opiniões diferentes das suas, mas se dispor a trabalhar para entender como elas surgiram. Se depois de entendê-las ainda lhe parecerem falsas, então, poderá combatê-las com mais eficiência do que se você tivesse se mantido simplesmente chocado. Quão frágil e inerme é a razão! No entanto, é nosso único instrumento. Existe um artista aprisionado em cada um de nós. Deixe-o solto para espalhar alegria por toda parte. Bertrand Russell (1872–1970) foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Foi um político liberal, ativista e um popularizador da Filosofia. Inúmeras pessoas respeitaram Russell, e outras tantas continuam respeitando, como uma espécie de profeta da vida racional e da criatividade, ainda que seu posicionamento em alguns temas, como acontece comigo, com você e com todo mundo, tenha sido controverso.



O grande filósofo sempre deixou claro que a busca pelo conhecimento deveria ser direito de todos. Ele discutia com qualquer um que quisesse saborear um pouco de sua sabedoria e isso muitas vezes incomodava os poderosos (o que não é diferente hoje em dia). Em praça pública – Ágora -, ele passava os dias conversando e debatendo sobre quaisquer assunto com qualquer pessoa, sem preconceito ou arrogância. Muito que era observado em sua filosofia era a questão da sua fala ser direcionada pela Ironia e Maieutica, conduzindo a conversa entre questionamentos até o interlocutor conferir o parto de uma ideia mais correta e racional. Mas sua conduta não era bem vista, pois instigava a juventude a argumentar, questionar, analisar, refletir e, acima de tudo, pensar. Além de incitar os jovens na discussão filosófica, Sócrates também questionava os velhos deuses e isso o fez pagar um caro preço. Seu julgamento foi pautado em cima dessas questões e a sentença foi a de beber cicuta. O livro segue como forma de diálogo entre Sócrates e seus acusadores, Meleto em especial. O começo é constituído de sua defesa e podemos acompanhar o filósofo e Meleto discutindo sobre o que foi feito de errado e pelo réu, enquanto esse tenta argumentar de forma contrária, expondo a contradição de seus acusadores. A escolha de Sócrates é sempre pela verdade e pelo discurso ético. Sem aceitar renunciar tudo o que já ensinou e deixando claro o quanto seus interlocutores estão equivocados, aceita a morte no lugar de desvirtuar seus conceitos e viver conforme as leis corrompidas que insistem em o punir.

SEMPRE RENOVANDO O CENÁRIO SEM MUDAR O TEXTO, VAMOS BEBENDO CAFÉ E ESPERANDO CÉU AZUL NA MANHÃ DE UM NOVO DIA.
Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados

mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.


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