Pensamos de Mais e Sentimos de Menos Queremos todos ajudar-nos uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver a felicidade dos outros e não a sua infelicidade. Não queremos odiar nem desprezar ninguém. Neste mundo há lugar para toda a gente. E a boa terra é rica e pode prover às necessidades de todos.
O caminho da vida pode ser livre e belo, mas desviámo-nos do caminho. A cupidez envenenou a alma humana, ergueu no mundo barreiras de ódio, fez-nos marchar a passo de ganso para a desgraça e a carnificina. Descobrimos a velocidade, mas prendemo-nos demasiado a ela. A máquina que produz a abundância empobreceu-nos. A nossa ciência tornou-nos cínicos; a nossa inteligência, cruéis e impiedosos. Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido.O avião e a rádio (INFORMÁTICA) aproximaram-nos. A própria natureza destes inventos é um apelo à fraternidade universal, à união de todos. Neste momento, a minha voz alcança milhões de pessoas através do mundo, milhões de homens sem esperança, de mulheres, de crianças, vítimas dum sistema que leva os homens a torturar e a prender pessoas inocentes. Àqueles que podem ouvir-me, digo: Não desesperem. A desgraça que nos oprime não provém senão da cupidez, do azedume dos homens que têm receio de ver a humanidade progredir. O ódio dos homens há-de passar, e os ditadores morrem, e o poder que tiraram ao povo, o povo retomá-lo-à. Enquanto os homens morrerem, a liberdade não perecerá.
Charles Chaplin, in 'Discurso final de «O Grande Ditador»
MUITAS E MUITAS VEZES POSTADOS, MUITAS E MUITAS VEZES LIDO E SEMPRE VALERÁ A PENA REPETIR.
As Vespas é esforço aristofânico confesso de conciliação entre a comédia intelectual e a comédia vulgar, na busca de não mais de uma novidade externa, antes de um equilíbrio entre o gosto de ambos, poeta e público. Peça política, faz jus à orientação definida em Acarnenses e Cavaleiros, na sua atenção à moldura social e época que rodeia o enredo. Nomeadamente, na então recente ascensão de Cléon, em quem o poeta colocava o ónus da culpa pela situação vivida na polis. Política, ainda,"porque se debruça sobre o funcionamento das instituições democráticas da cidade", a comédia elege a justiça e, nela, em particular, os tribunais: o núcleo do seu comico, "baseando a sua comicidade mais na sua falência do que na sua eficácia". Crítica acerba do funcionamento da magistratura dos tribunais, a comédia visa, com o seu tratamento dramático da questão remuneratória dos juízes, o estatuto daqueles membros da magistratura. O esquema dramático usado, esse, é o mais conducente possível à burla e ao mais desbragado humor. A obsessão dos julgamentos, a pulsão inescapável de ir a tribunal, orienta toda a peça. Filócleon ostenta o curioso vício de frequentar os tribunais, como juiz, isto é, como heliasta. O motivo crítico e o veio cômico assomam, desde logo, nos nomes das personagens centrais. Se o velho pai é Filócleon, "à letra ‘adepto de Cléon’", o filho é Bdelícleon, "‘o que odeia Cléon". A oposição do filho à cisma do pai prende-se mais com a desconsideração que entende constituir a fraca remuneração dos juízes, aliada ao desprestígio decorrente do figurino adotado naquela magistratura – para mais, "afundada na corrupção e no descrédito". De alguma forma o cômico, em que o velho patrão se desdobra em estratagemas para escapar, esbarrando na vigilância atenta do filho e dos criados. Com notáveis efeitos de derrisão, este simples esquema baliza as confusas peripécias que antecede o julgamento. Notável esforço para arrancar de casa o possesso é o do Coro dos juízes anciãos, que, despidos das suas roupagens, revelam o aguilhão de vespa – o que justifica o título da comédia.
CAFÉ SEM FERROADA E ESPERANÇA DE UM BOM DIA SEM CHUVAS.
Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
Charles Chaplin, in 'Discurso final de «O Grande Ditador»
MUITAS E MUITAS VEZES POSTADOS, MUITAS E MUITAS VEZES LIDO E SEMPRE VALERÁ A PENA REPETIR.
As Vespas é esforço aristofânico confesso de conciliação entre a comédia intelectual e a comédia vulgar, na busca de não mais de uma novidade externa, antes de um equilíbrio entre o gosto de ambos, poeta e público. Peça política, faz jus à orientação definida em Acarnenses e Cavaleiros, na sua atenção à moldura social e época que rodeia o enredo. Nomeadamente, na então recente ascensão de Cléon, em quem o poeta colocava o ónus da culpa pela situação vivida na polis. Política, ainda,"porque se debruça sobre o funcionamento das instituições democráticas da cidade", a comédia elege a justiça e, nela, em particular, os tribunais: o núcleo do seu comico, "baseando a sua comicidade mais na sua falência do que na sua eficácia". Crítica acerba do funcionamento da magistratura dos tribunais, a comédia visa, com o seu tratamento dramático da questão remuneratória dos juízes, o estatuto daqueles membros da magistratura. O esquema dramático usado, esse, é o mais conducente possível à burla e ao mais desbragado humor. A obsessão dos julgamentos, a pulsão inescapável de ir a tribunal, orienta toda a peça. Filócleon ostenta o curioso vício de frequentar os tribunais, como juiz, isto é, como heliasta. O motivo crítico e o veio cômico assomam, desde logo, nos nomes das personagens centrais. Se o velho pai é Filócleon, "à letra ‘adepto de Cléon’", o filho é Bdelícleon, "‘o que odeia Cléon". A oposição do filho à cisma do pai prende-se mais com a desconsideração que entende constituir a fraca remuneração dos juízes, aliada ao desprestígio decorrente do figurino adotado naquela magistratura – para mais, "afundada na corrupção e no descrédito". De alguma forma o cômico, em que o velho patrão se desdobra em estratagemas para escapar, esbarrando na vigilância atenta do filho e dos criados. Com notáveis efeitos de derrisão, este simples esquema baliza as confusas peripécias que antecede o julgamento. Notável esforço para arrancar de casa o possesso é o do Coro dos juízes anciãos, que, despidos das suas roupagens, revelam o aguilhão de vespa – o que justifica o título da comédia.
CAFÉ SEM FERROADA E ESPERANÇA DE UM BOM DIA SEM CHUVAS.
Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
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situada na Rua Bahia sem número,
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