Friday, June 24, 2016

CAFÉ E BOM DIA #28 (por Carlos Eduardo Brizolinha)



Pensamos de Mais e Sentimos de Menos Queremos todos ajudar-nos uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver a felicidade dos outros e não a sua infelicidade. Não queremos odiar nem desprezar ninguém. Neste mundo há lugar para toda a gente. E a boa terra é rica e pode prover às necessidades de todos. O caminho da vida pode ser livre e belo, mas desviámo-nos do caminho. A cupidez envenenou a alma humana, ergueu no mundo barreiras de ódio, fez-nos marchar a passo de ganso para a desgraça e a carnificina. Descobrimos a velocidade, mas prendemo-nos demasiado a ela. A máquina que produz a abundância empobreceu-nos. A nossa ciência tornou-nos cínicos; a nossa inteligência, cruéis e impiedosos. Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido.O avião e a rádio (INFORMÁTICA) aproximaram-nos. A própria natureza destes inventos é um apelo à fraternidade universal, à união de todos. Neste momento, a minha voz alcança milhões de pessoas através do mundo, milhões de homens sem esperança, de mulheres, de crianças, vítimas dum sistema que leva os homens a torturar e a prender pessoas inocentes. Àqueles que podem ouvir-me, digo: Não desesperem. A desgraça que nos oprime não provém senão da cupidez, do azedume dos homens que têm receio de ver a humanidade progredir. O ódio dos homens há-de passar, e os ditadores morrem, e o poder que tiraram ao povo, o povo retomá-lo-à. Enquanto os homens morrerem, a liberdade não perecerá.

Charles Chaplin, in 'Discurso final de «O Grande Ditador»

MUITAS E MUITAS VEZES POSTADOS, MUITAS E MUITAS VEZES LIDO E SEMPRE VALERÁ A PENA REPETIR.



As Vespas é esforço aristofânico confesso de conciliação entre a comédia intelectual e a comédia vulgar, na busca de não mais de uma novidade externa, antes de um equilíbrio entre o gosto de ambos, poeta e público. Peça política, faz jus à orientação definida em Acarnenses e Cavaleiros, na sua atenção à moldura social e época que rodeia o enredo. Nomeadamente, na então recente ascensão de Cléon, em quem o poeta colocava o ónus da culpa pela situação vivida na polis. Política, ainda,"porque se debruça sobre o funcionamento das instituições democráticas da cidade", a comédia elege a justiça e, nela, em particular, os tribunais: o núcleo do seu comico, "baseando a sua comicidade mais na sua falência do que na sua eficácia". Crítica acerba do funcionamento da magistratura dos tribunais, a comédia visa, com o seu tratamento dramático da questão remuneratória dos juízes, o estatuto daqueles membros da magistratura. O esquema dramático usado, esse, é o mais conducente possível à burla e ao mais desbragado humor. A obsessão dos julgamentos, a pulsão inescapável de ir a tribunal, orienta toda a peça. Filócleon ostenta o curioso vício de frequentar os tribunais, como juiz, isto é, como heliasta. O motivo crítico e o veio cômico assomam, desde logo, nos nomes das personagens centrais. Se o velho pai é Filócleon, "à letra ‘adepto de Cléon’", o filho é Bdelícleon, "‘o que odeia Cléon". A oposição do filho à cisma do pai prende-se mais com a desconsideração que entende constituir a fraca remuneração dos juízes, aliada ao desprestígio decorrente do figurino adotado naquela magistratura – para mais, "afundada na corrupção e no descrédito". De alguma forma o cômico, em que o velho patrão se desdobra em estratagemas para escapar, esbarrando na vigilância atenta do filho e dos criados. Com notáveis efeitos de derrisão, este simples esquema baliza as confusas peripécias que antecede o julgamento. Notável esforço para arrancar de casa o possesso é o do Coro dos juízes anciãos, que, despidos das suas roupagens, revelam o aguilhão de vespa – o que justifica o título da comédia.

CAFÉ SEM FERROADA E ESPERANÇA DE UM BOM DIA SEM CHUVAS.


Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.


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