sábados e domingos
Teatro Municipal Ziembinski-Tijuca
Em meados dos anos 70, o inglês Tom Stoppard escreveu 15-Minute Hamlet, comédia ancorada em uma ideia inusitada, já explicada no título: condensar em apenas um quarto de hora o clássico de William Shakespeare. Baseado nesse texto, um grupo de cinco amigos formados pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), reunidos em uma companhia batizada de Os Trágicos, criou um esquete para ser encenado na quarta edição do Festival Universitário do Rio de Janeiro, em 2014. Elogios e prêmios amealhados pela curta montagem incentivaram o quinteto, constituído por Gabriel Canella, Pedro Sarmento, Yuri Ribeiro, Diogo Fujimura e Mathias Wunder, a ampliar o esquete, dando origem a esta divertida comédia. Professora dos rapazes na CAL, Adriana Maia assina direção e dramaturgia. A rigor, no que diz respeito ao texto, a diferença é o acréscimo de um preâmbulo ao que fora encenado no festival. Nele, mostra-se como um grupo de larápios foi preso por pequenos delitos — conhecedores de Shakespeare poderão notar evocações à sua obra em algumas situações. Para salvar a pele, os criminosos precisam agradar à rainha com uma encenação de Hamlet, e aí entra o esquete. O clima de absoluta galhofa não é propício a cultores de clássicos à moda antiga, mas conquista quem busca divertimento. A agilidade da direção e a química entre os atores contam a favor. Em cartaz até 26 de Junho (por Rafael Teixeira)
CONSELHO DE CLASSE
CONSELHO DE CLASSE
de quinta a segunda
Teatro Gláucio Gill-Copacabana
Uma peça que tivesse como tema o estado do sistema educacional brasileiro poderia soar aborrecidamente panfletária. Não é, felizmente, o caso desta comédia da Cia dos Atores, criada para celebrar os 25 anos da trupe. O ótimo texto de Jô Bilac apresenta quatro professoras de uma escola pública do Centro do Rio, reunidas para debater temas ligados ao colégio. Na ocasião, elas também vão conhecer o jovem substituto da diretora (Paulo Verlings), afastada depois de ter sido agredida por um estudante. Em uma solução curiosa, os papéis femininos são todos interpretados por homens (Marcelo Olinto, Thierry Trémouroux, Cesar Augusto e Leonardo Netto), com roupas masculinas e sem nenhuma afetação. Essa escolha da direção, a cargo de Bel Garcia e Susana Ribeiro, captura a atenção do público e sugere, talvez, o embrutecimento dessas mulheres após anos sob péssimas condições de trabalho. As pertinentes discussões que afloram na reunião, em vez de pairar acima das personagens, só surgem em função da dinâmica que se estabelece entre elas. Todo o elenco é excelente, mas é preciso destacar o minucioso trabalho de Marcelo Olinto, eloquente até quando não fala. Em cartaz até 4 de Julho. (por Rafael Teixeira)
DREAM THEATER
23 de Junho
Vivo Rio
O Dream Theater tem uma considerável legião de fãs brasileiros, tanto que cireculam por aqui ano sim, ano não. Essa visita é bem especial, já que a banda está promovendo seu novo disco, The Astronishing, que promete tocar na íntegra nos shows. Detalhe: prometem também shows com nada menos que com 3 horas de duração. Fãs de banda, regojizai! Enjoy the show!
ROBERTO MENESCAL convida LEILA PINHEIRO
23 de Junho
Imperator
Os anos passam e Leila Pinheiro continua sendo uma gracinha de cantora, cada vez mais identificada com o legado da bossa nova. Considerando que essa paraense talentosíssima tinha apenas 2 anos de idade quando a Bossa Nova invadiu o Carnegie Hall em 1962, será no mínimo curioso ver sua presença jovial ao lado do setentão Roberto Menescal, que estava em Nova York naquela noite inesquecível. Os dois prometem passear pelo songbook da bossa nova, dando uma roupagem renovada aos arranjos clássicos. O resto é mar, a cidade, a paz, a eternidade....
NANDO REIS
25 de Janeiro
Metropolitan
Desde que deixou a bebida e os excessos farmacológicos de lado, Nando Reis parece ter achado um Norte para sua carreira. Nesse show solo, sem sua excelente banda de apoio, Os Infernais, ele promete dar um novo tratamento a algumas de suas canções mais conhecidas acompanhado apenas de seu próprio violão, sozinho no palco, como demonstrado em mais recente trabalho, No Recreio – Volume 1. Vale uma conferida, pelas grandes contribuições de Nando à Música Brasileira nesses últimos sei lá quantos anos.
IRA!
25 de Janeiro
Circo Voador
Confesso que esse reatamento de Nasi com Edgar Scandurra até agora ainda não me convenceu. Considerando que suas carreiras solo não apontaram para lugar algum, me parece mais provável que tenham se reconciliado para dar um novo alento a suas contas bancárias, até porque se tem uma coisa que Nasi e Scandurra aprenderam ao longo dos anos é ser profissionais. Lembrando, claro, que não se trata do Ira! original, pois a cozinha da banda não é mais composta por André Jung e Ricardo Gaspa, e sim por músicos convidados como Daniel Scandurra, Johnny Boy e Evaristo Pádua. E o show não traz no set-list uma canção nova sequer, já que o repertório é a íntegra do álbum Vivendo e Não Aprendendo, de 1986. Se você for fã ardoroso do Ira!, não perca sob hipótese alguma. Mas se você for apenas simpatizante da banda, pense bem se isso realmente satisfaz você.
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