Friday, February 12, 2016

CAFÉ E BOM DIA #12 (por Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta)



No meu tempo de trabalhos manuais na escola o que mais gostava era colar folhas com goma arábica.

Anos atrás, poucos anos atrás para ser mais preciso, um amigo com quem culturalmente me identifico rebatizou o meu rincão.

Pois bem, algumas coisas estávamos próximos de conseguir ou seja, meia dúzia de Burj Khalifa.

Você não sabe o que é?

Te digo, a maior construção do planeta e sabe onde fica?

Digo não, procura no Google.

Ole Kirk, inventor do Lego não mandou peças suficientes para superar essa belezura de espigão mestre que inspirou a frase do meu amigo.

Eis que o diário das colunas sociais que nem os emiratos tem, publicou o desejo de se tornar Emir, digo Alcaide.

Caso aconteça e torço para que sim, muito embora já vejo Al Capp redesenhando A batalha de Brejo Seco e Chulipa Buscapé, Lúcifer Buscapé, Gambá Solitário encenar a histórica batalha entre os índios e a população local, ocorrida há 200 anos nos states.

Mas, sem que os matutos saibam, os descendentes dos escalpadores estão levando a comemoração muito a sério...

Ferdinando não aparece nesta história.

Bem caso vença já vou reivindicando uma ação concreta com relação ao carnaval.

Institua o Carnaval no gelo por decreto, um grande grande Holiday on Ice na Praça Independência.


O aclamado romancista espanhol Enrique Vila-Matas, sobre quais outros possíveis valores a literatura poderia carregar consigo, além de um poder educativo e social, ele se propôs a avaliar a hipótese de morte da literatura em meio à contemporaneidade.

Dono de destacada erudição, que percorre nomes como o do filósofo Ítalo Calvino e do clássico Miguel de Cervantes, julgou a prosa atual como “parte do mercado” e, assim, fatalmente, como algo “irremediavelmente inútil”.

Ele argumenta que é preciso aprender a ser como um Picasso e produzir muito, ao mesmo tempo em que é igualmente necessário ser como um Duchamp e aprender a produzir pouco”.

Só assim a literatura voltaria a alcançar o que lhe é hoje, supostamente, frágil e quase inexistente: seu poder de “manutenção da memória cultural”.

Recorrendo a Charles Baudelaire, a seu ver, um “moderno que não nos parece antiquado”, reivindicou o direito de nos afastarmos dos “diversos medíocres” e de “não concordar com a estupidez geral”.

“É preciso olhar o mundo com outros instrumentos”, pois ele está “apoiado sobre entidades sutilíssimas”.

Pois além de convocar essas entidades sutilíssimas na arte, acrescento o acompanhamento de café como par de seletividade.

BOM DIA.


Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.


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