Tuesday, February 2, 2016

CARNAVAL, SUOR E AUTÓGRAFOS (por José Luiz Tahan)


Há exatos 5 Carnavais, fui procurado por um jornalista, chegado nosso, que é assessor de imprensa de uma das Universidades de Santos.

Ele teve uma idéia e queria ver o que eu achava. Fiquei curioso aguardando o que seria. Então, pôs-se a falar sobre o carnaval daquele ano e a escolha da Escola de Samba X-9 santista em homenagear o diretor de teatro Tanah Correia.

Sim, Tanah Correia, pai de um ator Global que está sob os holofotes: o santista Alexandre Borges, que encarnava o costureiro Jacques Leclair -- originalmente interpeetado por Reginaldo Faria -- no remake da novela "Ti-Ti-Ti" de Cassiano Gabus Mendes.

A intenção seria apresentar pai e filho como inspiração e atrações do Carnaval Santista, chamando a Imprensa e usando como palco a nossa livraria, a Realejo, conhecida por estimular iniciativas culturais de várias naturezas.

Confesso que pensei um pouco antes de topar, e perguntei se não havia algum livro do Tanah ou do Alexandre que pudesse fechar um pacote e justificasse melhor o envolvimento da livraria naquilo tudo. 

Dejai rebateu minha pergunta com aquele meneio de cabeça indesejável. Mas, para arrematar, disse: “Vamos trazer a bateria da escola”.

Foi quando comecei a gostar daquela história.


E então, no sábado de Carnaval, com o ar-condicionado aguardando manutenção -– não adianta, ele sempre quebra no verão -– em pleno apogeu do mormaço santista, entram pela livraria pai e filho -- melhor dizer: filho e pai, pois Alexandre trazia uma multidão consigo.

A bateria iniciou os trabalhos na mesma hora, alinhados na rua, fechando aos poucos toda a Marechal Deodoro. O mestre-sala e a porta-bandeira evoluíam tendo próxima ao casal uma mulata requebrante num micro-vestido. Amigos dançavam, alguns em trajes de banho, outros desconhecidos iam se aproximando, das janelas brotavam curiosos.

Será que alguma livraria já ofereceu uma brincadeira dessas?

Aqui em Santos, nunca. No Rio, talvez, imagino. Mas não com certeza. De qualquer maneira, foi tudo bem divertido e cansativo.


Então, no meio do tumulto, me veio uma ideia, nascida da costela desta:

Criar o bloco de Carnaval da Realejo, que se chamaria Caminho Suave em homenagem à famosa cartilha que iniciou nas delícias da leitura muita gente.

O caminho suave seguirá por conta do curto trajeto a sder percorrido pelo bloco, pois daremos uma única volta na Praça da Independência, sob os olhares dos Irmãos Andrada lá do alto do monumento, nossa nobre vizinhança.

Nesse ano, 2016, pela quinta vez consecutiva, ainda não foi possível parar pera tentar viabilizar essa idéia. Problemas de adequação de calendário familiar, férias escolares dos filhos, essas coisas...

Quem sabe ano que vem seja possível.

E então, um dia, quando universitários ou jovens jornalistas me perguntarem qual o público-alvo do Bloco Caminho Suave, minha resposta será essa aqui:

“Público A ... de Alfabetizados"


José Luiz Tahan é livreiro e editor, 
e proprietário da Realejo Livros e Edições,
a livraria e publishing house
mais charmosa de Santos
e de todo o Litoral Paulista.




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