por Odorico Azeitona
Um grande amigo, comunista de alma anarquista, costumava dizer para os amigos que tinha a solução ideal para a questão da Previdência Social no Brasil. Segundo ele, Lula, e depois Dilma, deveriam criar o Vale-Quenga e o Vale-Bofe para atender aos aposentados de ambos o sexos -- os dois sexos principais viriam primeiro, os outros depois.
As Quengas e os Bofes que proporcionariam uma ou duas visitas íntimas aos aposentados e aposentadas cadastrados seriam escolhidas e treinadas por bofes e cafetinas veteranas muito experientes nas técnicas do amor físico, e não poupariam os velhinhos e velhinhas de emoções intensas, o que certamente levaria muitos deles a ter uma vida menos longa do que teriam em circunstâncias normais. Mas viveriam melhor. Talvez até viessem a morrer felizes. No final das contas, valeria a pena para ambas as partes envolvidas.
Dizia esse amigo que o custo operacional que o Governo teria com as Quengas e os Bofes seria amortizado rapidamente com as baixas provocadas pela aeróbica de alto impacto ministrada nos cidadãos e cidadãs de terceira idade com direito ao benefício. Sem contar que o Governo poderia cruzar esses dois programas sociais com um terceiro, que não tinha nome definido, mas que proporcionaria o primeiro emprego a toda uma geração de brasileirinhos sarados e brasileirinhas gostosas com muito fogo no rabo.
Essa idéia, claro, é do tempo em que alguns setores da esquerda brasileira ainda conseguiam ser bem humorados. De uns tempos para cá, isso ficou inviável. Não pretendo entrar nesse tema, até porque o motivo pelo qual estou escrevendo isso aqui é justamente para trazer aos leitores deste blog um refresco para esquecer por alguns minutos a indignação nacional com todo esse estado de coisas que envolve o PT e sua permanência desesperada no poder.
Esse amigo dizia ainda que caso os brasileirinhos sarados e as brasileirinhas gostosas com muito fogo no rabo ficassem melindrados em se alistar no Vale-Quenga e no Vale-Bofe -- um possível cacoete da então recém-surgida nova classe média --, não haveria problema: bastaria uma pequena negociação com o Governo Cubano e com outras republiquetas da America Central, e rapidamente receberíamos por aqui exércitos libidinosos prestes a ministrar as visitas íntimas previstas nos dois programas.
Detalhe: eles e elas poderiam já chegar ao Brasil treinados em seus países de origem com técnicas sexuais ainda mais apimentadas do que as praticadas por aqui.
Claro que a Igreja iria espernear. E as feministas também.
Mas os herdeiros desses velhinhos com certeza ficariam encantados com a possibilidade deles viverem menos.
E os velhinhos morreriam felizes, em meio a momentos de intenso prazer.
E a prostituição deixaria de ser crime para virar uma espécie de assistência social -- na verdade, sempre o foi, só que acessível apenas para alguns poucos privilegiados mais desavergonhados.
Meu bom e velho amigo só via vantagens na sua proposta.
Vibrava sempre que falava desse assunto.
Vibrava sempre que falava desse assunto.
Pois bem: esse meu velho amigo, autor dessas idéias geniais, faleceu há pouco mais de um ano, de um infarto fulminante.
Não vou dizer seu nome aqui.
É que alguns setores de esquerda, extremamente mau-humorados, se apoderaram do nome e da memória dele para fazer proselitismo político, e não vão sossegar enquanto não o transformarem numa espécie de mártir carrancudo -- algo que ele jamais pretendeu ser.
É que alguns setores de esquerda, extremamente mau-humorados, se apoderaram do nome e da memória dele para fazer proselitismo político, e não vão sossegar enquanto não o transformarem numa espécie de mártir carrancudo -- algo que ele jamais pretendeu ser.
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