Thursday, March 31, 2016

MANGIA IN SANTOS: OS SABORES DO PACÍFICO ESPERAM POR VOCÊ NO QUILHA FRESH FOOD

por Chico Marques


Com tantos restaurantes orientais pipocando em todos os cantos do Brasil ao longo dos últimos anos ostentando cardápios rigorosamente idênticos, fica no ar a pergunta: é possível surgir a essa altura do campeonato um restaurante desse tipo com um cardápio repleto de itens originais, desafiando o público aparentemente tradicionalista desse tipo de casa?

A resposta é sim.

O Quilha Fresh Food, recém-aberto na Azevedo Sodré, bem ao lado da Hamburgueria Santista (dos mesmos proprietarios), é um belo exemplo disso. Num ambiente extremamente acolhedor, o Quilha aposta num conceito eclético de gastronomia oriental, funcionando como restaurante à la carte no jantar e como buffet por quilo no horário do almoço, reinventando sushis e hossomakis clássicos com criatividade e bom humor e colocando-os lado a lado com receitas indianas, tailandesas, havaianas e de vários pontos do Pacífico Sul.



Esse conceito híbrido foi providencialmente batizado com o termo "fresh food" (comida fresca) pela co-proprietária da casa Maíra Pabst, jornalista especializada em Surf, que por vários anos circulou pelos Campeonatos dessa modalidade esportiva no mundo inteiro e, boa repórter que é, pesquisou a maioria dessas receitas in loco, anotou tudo bem anotadinho e guardou para usar no momento certo.

Ou seja: agora.

Desde que abriu as portas algumas semanas atrás, o Quilha Fresh Food está sempre cheio para o almoço -- em parte graças à ação promocional realizada para o lançamento da casa, mas principalmente por conta do boca a boca, que está funcionando bem. Claro que o ineditismo (em Santos) de alguns ítens do cardápio e o preço bem menos salgado que o dos outros restaurantes orientais da cidade ajudam bastante nisso.

Entre as curiosidades nas bandejas localizadas logo na entrada do Quilha Fresh Food, podemos citar duas maravilhas gastronômicas irresistíveis: o Poke Havaiano, com peixe cru temperado com óleo de gergelim, e o Arroz Verde Amarelo, preparado com curry, leite de coco e ervilhas. Tem ainda curiosidades deliciosas como o Tonkatsu (lascas de lombo de porco quase torradas), o Ceviche de Polvo e a inusitada Salada de Quinoa. Ah, não deixem de experimentar os croquetes de salmão com molho de pimenta sriracha: são especialíssimos.

Tudo isso, mais a conversa agradável e a simpatia a toda prova de Maíra Pabst, que faz as honras da casa, funciona como um convite para voltar ao Quilha Fresh Food muitas e muitas vezes.

Experimente e surpreenda-se. 


P.S. Momento History Channel:
Tem muita gente que acha que sushis e hossomakis são comidinhas milenares. É um engano. Não são nem mesmo centenárias. Até a Segunda Guerra Mundial, esses bolinhos de arroz com um sashimi por cima simplesmente não existiam na culinária japonesa. Existia apenas o sashimi, esse sim quase milenar. Antes do advento das geladeiras, os peixes recém-pescados na Costa Japonesa eram tradicionalmente conservados em barris enormes cheios de arroz e água, que criavam o vinagre necessário para conservar as peças de atum e de outros peixes graúdos. Cumprida a função de preservar os peixes, a água e o arroz eram simplesmente jogados fora, sem nenhuma perspectiva de reutilização. Mas com as restrições impostas pelos tempos de Guerra, no entanto, os japoneses viram-se obrigados a começar a reaproveitar aquele arroz que antes era jogado no lixo. Daí, alguns cozinheiros mais criativos soltaram a imaginação e... deu no que deu.

QUILHA FRESH FOOD
Rua Azevedo Sodré, 81
Boqueirão Santos SP

Aberto de Terça a Sexta
12 às 15 horas - 19 às 24 horas
Sábados, Domingos e Feriados
12 às 24 horas

Ar Condicionado
Aceita Cartões de Crédito

 
Chico Marques às vezes é gourmet,
outras vezes é gourmand,
mas na maior parte do tempo
é apenas um comilão inveterado.
Escreve sobre comida semanalmente
em LEVA UM CASAQUINHO

CHRISTOPHER WALKEN COMPLETA 73 ANOS E A PARADISO COMEMORA COM 5 GRANDES FILMES

por Chico Marques


Christopher Walken é um dos atores mais estranhos já surgidos, tanto na Broadway quanto em Hollywood.

Sua voz e seu rosto tanto podem esconder emoções quanto mostrar todas as emoções possíveis e imagináveis ao mesmo tempo.

Seu sorriso cativante e, ao mesmo tempo, ameaçador fez dele um dos vilões favoritos do cinema em todos os tempos.

E suas habilidades como cantor e sapateador só serviram para torná-lo uma anomalia que por anos desafiou diretores de casting.



Christopher pisou os palcos pela primeira vez aos 10 anos, dançando sapateado com os seus dois irmãos em programas de TV.

Num deles conheceu o ator e comediante Jerry Lewis, que o aconselhou a não desistir e seguir no showbiz.

Chegou à Broadway pela mãos de Elia Kazan, desempenhando um papel secundário na peça "J.B.", e fez mais de 20 espetáculos dos mais diversos gêneros ao longo da década de 1960, desenvolvendo uma carreira marcante, mas eclética demais para os padrões da cena teatral de Nova York.


O jeito foi seguir para Hollywood.

Estreou no cinema em "High Spirits", um filme underground dirigido pelo poeta beat Allen Ginsberg em 1968, que pouca gente viu ou lembra.

Teve melhor sorte ao aceitar um pequeno papel no filme "O Golpe de John Anderson", de Sidney Lumet, em 1971, onde contracenou com Sean Connery e foi finalmente notado visto pelas pessoas certas.

Fez participações magníficas em filmes como "Próxima Parada, Greenwich Village" de Paul Mazursky, "Annie Hall" de Woody Allen, "O Abraço da Morte" de Jonathan Demme e "Roseland" de James Ivory.

Mas sua grande êxito foi Nick, um metalúrgico que vai lutar no Vietnam, vira prisioneiro dos vietcongs e acaba louco e viciado em roleta russa em "O Franco Atirador" (1978), de Michael Cimino.

Com esse filme, Christopher virou estrela, ganhando um Oscar de Melhor Coadjuvante e recebendo uma longa série de convites para interpretar personagens desequilibrados que já dura 4 décadas.



Casado há 47 anos com a ex-bailarina Georgianne Walken, Walken é uma figuraça.

Não tem filhos, e é meio avesso à badalação da cena cinematográfica, mas nunca nega fogo em qualquer papel que lhe é oferecido e quase sempre surpreende nos resultados.

Quem o conhece pessoalmente diz que é uma criatura absolutamente cativante.

Já como ator, é um caso quase único no cinema americano, pois é capaz de interpretar intensamente qualquer tipo de papel em qualquer gênero cinematográfico.



Christopher Walken completou 73 anos no último dia 31 de Março, e segue em plena atividade sem se deixar abalar com a chegada da idade.

Nós, aqui, celebramos seu aniversário escolhendo 5 filmes menos conhecidos de sua longa filmografia.

Em comum entre todos eles, apenas o fato de estarem todos disponíveis para locação nas estantes da Vídeo Paradiso.






 
 
 
NA HORA DA ZONA MORTA
(The Dead Zone, 1983, 101 minutos, direção David Cronenberg)
Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor bem-sucedido, com uma carreira estável e promissora, e está noivo da mulher que ama. Porém, ele sofre um terrível acidente de carro e fica em coma por cinco anos. Quando, finalmente, desperta, Johnny descobre que as sequelas do acidente são piores do que as privações físicas, já que ele desenvolve a incrível habilidade de ver o futuro. Em uma de suas atormentadas visões, Johnny vê que a vida do presidente dos EUA está em risco e isso terá sérias consequências para o mundo inteiro. Agora, ele corre contra o tempo para evitar que um desastre aconteça, mas será que conseguirá fugir do próprio destino?
 
CAMINHOS VIOLENTOS
(At Close Range, 1986, 111 minutos, direção James Foley)
Brad Whitewood Jr. (Sean Penn) mora com sua família e leva uma vida pacata de interior nos EUA, entre a cerveja, as drogas leves e a TV. Um dia, seu pai (Christopher Walken) retorna após viver anos longe da família e o faz conhecer suas atividades criminosas, envolvendo-o nos negócios. Um relacionamento dúbio, violento e sufocante vai se estabelecendo entre pai e filho, enquanto Brad Jr. organiza o próprio bando e se apaixona pela delicada Terry (Mary Stuart Masterson).
 

 
 
O REI DE NOVA YORK
(King Of New York, 1990, 103 minutos, direção Abel Ferrara)
Ao sair da prisão, Frank White quer readquirir seu controle sobre Nova York. Para restabelecer sua base de distribuição de drogas tem de acertar velhas contas com a máfia e com o submundo chinês. Três policiais seguem passo a passo o crescimento de seu poder. Obstinados em destruí-lo, utilizam-se dos piores meios. O Rei de Nova York é um filme de ação envolvente em elegância, onde o submundo está muito bem instalado na alta sociedade. A direção de Abel Ferrara é impecável e mostra que se foram os tempos em que crime e lei, Bem e Mal eram entidades distintas.
 
 
OS CHEFÕES
(The Addiction, 1996, 82 minutos, direção Abel Ferrara) 
O filme se passa no dia do funeral de um de três irmãos mafiosos, que foi assassinado, e segue pontuado por fragmentos do passado e do presente na vida de todos os personagens. Em destaque na trama, o frio e calculista Ray Tempio (Christopher Walken), que lidera a família composta também por Johnny (Vincent Gallo), o caçula, que sempre tem suas atitudes remediadas pelo irmão mais velho, e Chez (Chris Penn), o do meio, que já dá sinais de loucura por seu passado criminoso. Para eles, construir fortuna em cima de cadáveres sempre foi comum, até virem no caixão o corpo do jovem Johnny. Os Tempio já nutriam uma rixa antiga contra Gaspar Spoglia (Benicio Del Toro). A situação se agrava quando no funeral de Johnny recebem uma coroa de flores do inimigo. Apesar de sua esposa ser contra uma vingança, Ray tem uma certa ideia de quem é o culpado e vai atrás dele, mesmo que isso cause o caos em sua família.
CAINDO EM TENTAÇÃO
(Touch, 1997, 96 minutos, direção Paul Schrader)
Um ser iluminado por natureza, Juvenal possui um dom bem peculiar. Padre Franciscano de formação, ele presta seus serviços na igreja do Sagrado Coração. Mas é difícil ser um santo na Terra, especialmente quando Deus coloca em seu caminho uma quadrilha de perigosos trambiqueiros e aproveitadores. E, agora, ele está sujeito a perder sua alma imortal em um mundo onde nada é sagrado. Seu coração parece estar preso a uma linda mulher que está louca para que ele coloque suas mãos abençoadas sobre seu corpo pecador. Um olhar irônico de Elmore Leonard (autor do romance em que o filme se baseia) sobre o que acontece quando um confuso mundo religioso esbarra num jovem que tem o verdadeiro poder da cura.




CAFÉ E BOM DIA #18 (por Carlos Eduardo Brizolinha)




Alguém neste mundo que traga um só cromossomo de Molière. Alguém que exista para demolir o pedantismo, esse corredor de esnobismo e encenar "As Preciosas Ridículas".

Alguém que morra na esquina encenando "O Doente Imaginário".

Alguém que detenha conhecimento dos tipos e caráter humano e gesticule narrando fracassos.

Alguém que pesquise no lago da memória com o fio do próprio pensamento.

Alguém que arremesse para a outra margem o ranço azedo da intolerância.

Alguém que seja comédia debaixo da chuva. Molière tem realidade cômica sem óculos, lunetas.

Alguém que apele à inteligência. Olímpica e fria inteligência.

Alguém no palco como Alceste em "O Misantropo", um homem reto cujo desgosto para com as loucuras, afetações e corrupção chega às raias da obsessão. O mundo social que adeja à sua volta é uma coleção de almofadinhas, bajuladores, intrigantes e namoradores. Julga impossível conviver com eles, ainda que seu leal amigo Philinte lhe aconselhe cautela. O ponto fraco em sua couraça é o amor que por uma mulher incuravelmente flertadora, à qual -– como acontecia com o próprio Molière -– ama em oposição ao que lhe faz o melhor discernimento. Mas a despeito da paixão que sente por ela, não consegue violentar-se a ponto de aceitar o mundo de intriga que é o habitat natural da moça. Perseguir a integridade sem levar em consideração as realidades sociais e exigir o impossível de uma mulher superficial só podiam conduzir a um desastre pessoal. A sociedade, como ele a descreve, não pode ser reformada porque o gênero humano é fundamentalmente corrupto.

Alguém que tenha direito pleno de pensar o mundo segundo seu humor.


O parisiense Jean Genet (1910-1986) teve uma das vidas mais controversas no mundo das letras e das artes cênicas no século XX. Uma existência marcada pela coragem em se expor ao tratar de temas polêmicos, como a sua confessada homossexualidade.

Escritor, poeta e dramaturgo, filho de uma prostituta e pai desconhecido, o que é apontado como uma influência marcante em sua conduta e sua obra libertária. Cresceu como filho adotado de um casal da região rural de Morvan, na Borgonha, mas não conseguiu se adaptar às regras de uma educação convencional francesa e caiu na delinquência.

Genet passou a juventude em reformatórios e prisões, época em que afirmou sua orientação sexual. Aos 18 anos, entrou para a temida Legião Estrangeira, famosa pelo rigor em preparar soldados e colocar na linha tipos rebeldes como ele a partir de métodos terríveis de disciplina.

Não funcionou, claro. Em pouco tempo, foi oficialmente expulso por desonra, após ter sido flagrado fazendo sexo com um recruta.

Passou a se dedicar à escrita, mas sem se afastar de confusões. Ao mesmo tempo em que esboçava seus primeiros escritos e concluia peças que se tornariam importantes, como “O Balcão”, “Os Negros” e “Os Biombos”, estabeleceu para si a má reputação de alguém que só atraía escândalos e se envolvia em roubos e brigas.

Mesmo assim, ao longo da vida, Genet se tornou amigo de importantes personalidades de seu tempo:, como os filósofos Jacques Derrida (1930-2004) e Michel Foucault (1926-1984), os escritores Juan Goytisolo (1931) e Alberto Moravia (1907-1990), os compositores Igor Stravinski (1882-1971) e Pierre Boulez (1925), o diretor de teatro Roger Blin (1907-1984), os pintores Leonor Fini (1907-1986) e Christian Bérard (1902-1949). Nomes cujo convívio reforçou a certeza de sua importância como autor.

Entre os seus primeiros trabalhos estavam dois romances de títulos um tanto quanto pudicos, mas carregados de ironia: “Nossa Senhora das Flores” e “O Milagre da Rosa”, que chamaram de imediato a atenção de Jean Cocteau (1889-1963).

Mas foi graças ao filósofo e escritor Jean Paul Sartre (1905-1980) que “Nossa Senhora das Flores” ficou famoso.

Para ele, trata-se de uma das três grandes obras “medievais” do século XX, ao lado de Ulisses, de James Joyce (1882-1941), e de “Duas Existências”, do dramaturgo Jean Girandoux (1882-1944).

Relendo "O Balcão" com uma xícara de café ao lado e desejando a todos um bom dia.


Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.


QUE TAL SUBIR A SERRA NO FIM DE SEMANA? AQUI, 6 PROGRAMAS SEM CONTRA-INDICAÇÕES




CHET BAKER, APENAS UM SOPRO
(Centro Cultural Banco do Brasil)
Ingressos AQUI
Paulo Miklos estreia no teatro como o trompetista de cool jazz Chet Baker num texto de Sérgio Roveri que ganha sustentação na presença do roqueiro dos Titãs, que, assim como seu personagem, viveu a barra pesada da dependência química, e aqui aproveita para purgar seu passado junkie. Claro que essa estranha simbiose entre ator e personagem é humaniza o ídolo retratado de forma tão frágil e facilita o espelhamento junto à plateia. A trama faz um recorte ficcional em torno da biografia de Chet Baker (1929-1988). No fim da década de 60, o jazzista foi agredido nas ruas de São Francisco e ficou impedido de tocar. Depois de três anos, ele volta aos estúdios para gravar um disco e encontra um clima pouco amistoso entre os integrantes de sua banda (representados pelos atores-músicos Anna Toledo, Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos) que vão acompanhá-lo. A direção, excelente, é do ousado José Roberto Jardim.
UM BONDE CHAMADO DESEJO
(TucArena)
Ingressos AQUI
Maria Luisa Mendonça está fantástica como Blanche Dubois: a professora enigmática, falida e em estado de permanente delírio que é obrigada a morar de favor na casa da irmã, Stella (Virginia Buckowski), onde trava uma batalha repleta de tensão sexual com o cunhado, Stanley Kowalsky (Edu Moscovis), que decide investigar o passado renegado por ela. Apesar da trilha sonora atemporal nem sempre adequada aos propósitos originais da peça, pode-se dizer que esta é uma releitura bastante criativa e eficaz da peça. Se você só viu "Um Bonde Chamado Desejo" encenada em teleteatros ou no clássico filme de Elia Kazan com Vivian Leigh e Marlon Brando, prepare-se para uma experiência no mínimo interessante. No elenco: Fabrício Licursi, Fernanda Castello Branco e Matheus Martins.

BRAZILJAZZFEST
1 e 2 de Abril
Auditório Ibirapuera
Ingressos Esgotados nas bilheterias
Aqui está uma boa oportunidade para presenciar novas vertentes do jazz. A grande atração é o encontro de dois monstros sagrados do gênero: o pianista Herbie Hancock e o saxofonista Wayne Shorter - cuja apresentação em São Paulo aconteceu ontem –, que dispensa comentários de minha parte. Vão rolar também apresentações bastante instigantes, como a do quinteto instrumental americano Kneebody junto com o produtor Daedelus e sua estranha mistura de jazz e sons eletrônicos; teremos também o som deslumbrante do tunisiano Anouar Brahem, um especialista em tirar belos sons de seu alaúde, que vem com seu quarteto, e também o excelente baterista mexicano Antonio Sanchez com o seu grupo Migration. Isto sem contar o bandolinista Hamilton de Holanda, que irá fazer um show especial com sua antiga banda, o quinteto Brasilianos. Se não conseguiu ingressos, torça para que os cambistas tomados por um espírito da páscoa tardio. Tudo é possível...
LÔ BORGES
(SESC Santo Amaro)
1 de Abril - 21hs
Ingressos AQUI
O mineiro da gema Lô Borges é responsável por uma das obras musicais mais notáveis do pop brasileiro moderno, além de ser um dos artistas mais inclassificáveis da música brasileira. Membro fundador do Clube da Esquina, Lô tem tido seus discos originais reavaliados e revalorizados nos últimos anos. Nesse show, ele passa a limpo seu repertório clássico numa roupagem bem acústica, ao lado do guitarrista Henrique Matheus. Prepare-se para emoções fortes e intensas.
BETO GUEDES
1 de Abril
(Teatro J Safra)
Ingressos
Curiosamente, enquanto Lô Borges estiver se apresentando no SESC Santo Amaro, seu ex-parceiro e velho amigo Beto Guedes estará no Teatro J Safra, não muito longe dalí. Embora Beto esteja longe de ser um dos intérpretes mais afinados da música brasileira, seu repertório é nada menos que espetacular. Daí, prepare-se para ouvir clássicos como “Feira Moderna”, “Sol de Primavera”, “O Sal da Terra” e torça para que ele esteja numa noite boa, pois seus shows são meio bipolares: podem tanto ser sensacionais quanto meio desconexos.
FELLINI
2 de Fevereiro
(SESC Belenzinho)
Ingressos AQUI
Uma das bandas mais cerebrais e divertidas do início dos anos 80, o Fellini não está exatamente de volta. Todos os seus integrantes vivem de atividades não-musicais. Mas de tempos em tempos eles se reunem para shows esporádicos, onde tocam seus álbuns na íntegra. Agora é a vez de mostrar "Amor Louco", de 1990, provavelmente o disco mais que eles já gravaram. Daí, o jeito é torcer para que tudo continue divertido como era nos Anos 80. Mas o Fellini é bacana e vale o risco.

A PROGRAMAÇÃO CULTURAL DESTE FIM DE SEMANA NO RIO EM LEVA UM CASAQUINHO



MASTER CLASS
(Teatro Clara Nunes)
Ingressos AQUI
Christiane Torloni vive a diva do canto lírico Maria Callas nesta comédia dramática do americano Terrence McNally — já montada por aqui com Marília Pêra (1943-2015) no papel. A história é inspirada em uma série de aulas que a cantora deu entre 1971 e 1972 na Juilliard School, famosa instituição americana de ensino de música. Direção de José Possi Neto e direção musical de Fabio G. Oliveira.
33 VARIAÇÕES
(Teatro Natália Timberg)
Ingressos AQUI
Nathalia Timberg protagoniza o musical de tintas eruditas que inaugura o teatro na barra da Tijuca batizado com o seu nome. Ela interpreta uma musicóloga que investiga as chamadas Variações Diabelli, um conjunto de variações para piano de Beethoven (1770-1827) sobre uma valsa do austríaco Anton Diabelli (1781-1858). No elenco: Wolf Maya, Tadeu Aguiar, Lu Grimaldi, Flávia Pucci, Gil Coelho e Gustavo Engracia.


BRAZILJAZZFEST
1 a 3 de Abril
Vivo Rio
Ingressos Esgotados nas bilheterias
Aqui está uma boa oportunidade para presenciar novas vertentes do jazz. A grande atração é o encontro de dois monstros sagrados do gênero: o pianista Herbie Hancock e o saxofonista Wayne Shorter - cuja apresentação em São Paulo aconteceu ontem –, que dispensa comentários de minha parte. Vão rolar também apresentações bastante instigantes, como a do quinteto instrumental americano Kneebody junto com o produtor Daedelus e sua estranha mistura de jazz e sons eletrônicos; teremos também o som deslumbrante do tunisiano Anouar Brahem, um especialista em tirar belos sons de seu alaúde, que vem com seu quarteto, e também o excelente baterista mexicano Antonio Sanchez com o seu grupo Migration. Isto sem contar o bandolinista Hamilton de Holanda, que irá fazer uim show especial com sua antiga banda, o quinteto Brasilianos. Se não conseguiu ingressos, torça para que os cambistas tomados por um espírito da páscoa tardio. Tudo é possível...
MARCELO D2
1 de Abril
(Circo Voador)
Ingressos AQUI
A fórmula “rap + samba” bem temperada, com instrumental poderoso e letras safas continuam funcionando bem após todos esses anos. E, nesse quesito, Marcelo D2 é um mestre absoluto. Seus shows permanecem contagiantes e surpreendentes, e sua banda atual é de primeira linha. Pode ir de peito aberto que o suingue é garantido. 
GUTO GOFFI E BANDO DO BEM
"LUAU INDOOR"
1 de Abril
(Espaço Cultural Sérgio Porto)
Ingressos no local
Ex-Barão Vermelho, o baterista, cantor e compositor promove a segunda edição do Luau Indoor, ao lado de Yumi Park (voz), Bruno Markus Britto (baixo), Lula Washington (guitarra), César Brunet e Peninha (percussão). O saxofonista George Israel e o grupo Bicho de Pau são os convidados da noite.
CAROL SABOYA E LUI COIMBRA
"A PAIXÃO SEGUNDO CATULO"
4 de Abril
(CCBB)
Ingressos no local
Carol Saboya e Lui Coimbra debruçam-se sobre as canções de Catulo da Paixão Cearense (1863-1946) no segundo show da série de homenagens ao autor de sucessos como Luar do Sertão e Rasga o Coração. Os dois são acompanhados por Adriano Souza (piano e acordeão), Luiz Otávio Braga (violão de sete cordas), Dininho (baixo) e Mário Sève (sax e flauta). Programa classudo de responsa. Carol, para quem não sabe, é filha do grande mestre Antonio Adolfo. E filha de peixe...