COMO TUDO COMEÇOU
Era novembro de 1988 quando a Cia Baiana de Patifaria estreou A BOFETADA, na pequena Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador, alterando a frequência do público que passou a lotar os teatros para ver artistas locais em cena. De lá pra cá, o espetáculo já percorreu mais de 50 cidades de norte a sul do país, incluindo várias temporadas em Santos, com diferentes formações de elenco. No total, 17 atores já interpretaram os personagens criados por Mauro Rasi, Miguel Magno e Ricardo de Almeida, três autores paulistas do chamado ‘teatro besteirol’.
Como nenhum espetáculo ou temporada são iguais, durante 3 meses a trupe preparou as novidades em sala de ensaio para a nova montagem que acaba de estrear na Temporada de Verão 2016, em Salvador . Dessa vez, Fanta Maria, Pandora, Eleonora, Vânia, Dirce, Camilinha, Helena, Araci, Paloma, Marivaldo e a Rainha, os personagens tão queridos do público, serão interpretados por Diogo Lopes Filho, Mario Bezerra, Marcos Barretto e Lelo Filho, que também assina a direção, juntamente com o diretor assistente Odilon Henriques. A concepção original é de Fernando Guerreiro.
No dia 14 de fevereiro, os ‘patifes’ voltarão a Santos para uma única apresentação no Teatro Municipal da cidade, às XXXhs. Antes a trupe se apresenta no palco do Tom Brasil, em São Paulo. O espetáculo foi um dos escolhidos para integrar o Festival de Teatro Regional promovido pelo Instituto Cultural Brasilis, que acontecerá dia 13.
A BOFETADA
A BOFETADA
UMA GRANDE HOMENAGEM AO UNIVERSO DO TEATRO
No primeiro esquete, “O Calcanhar de Aquiles”, (extraído de Pedra, a tragédia), de Mauro Rasi, a atriz decadente Eleonora (interpretada pelo ator Mário Bezerra) obriga a crítica de teatro Vânia Leão (vivida por Marcos Barretto) e a namorada Dirce (interpretada pela segunda vez por Diogo Lopes Filho) a assistir sua montagem apoteótica – um balé musical trágico – na qual interpretará sozinha 60 personagens de uma tragédia grega.
Os dois esquetes seguintes (extraídos de Quem tem medo de Itália Fausta), são assinados por Miguel Magno e Ricardo de Almeida. Em “O Ponto e a Atriz”, vários gêneros teatrais são ironizados ao resgatar a função do Ponto, figura que lembrava o texto para as divas das grandes companhias de teatro durante as apresentações. Nesse esquete, O Ponto, Marivado (interpretado por Mário Bezerra), se vê em apuros ao contracenar com Maria I, ‘a rainha boba’ (vivida por Lelo Filho), a sensual Helena (interpretada por Marcos Barretto), a espevitada anãzinha Camila (vivida por Diogo Lopes Filho) e a desbocada Aracy (também interpretada por Marcos Barretto).
No último esquete, “Fanta e Pandora”, o ensino do teatro é o foco central e o público é transformado em mais uma personagem com quem duas professoras universitárias, Fanta Maria (interpretada por Lelo Filho desde 1988) e Pandora Luzia (dessa vez vivida por Diogo Lopes Filho) passam a interagir numa improvável aula sobre a influência de dois fonemas no teatro javanês, durante os últimos 15 dias do século XII a.c.
Desde 1988, muitos bordões que foram criados vêm virando assunto em mesas de bar, nos ambientes de trabalho e nas casas de quem assiste e acaba repetindo: ‘é a minha cara’, ‘eu tou tão tão que nem nem’, ‘rebobine’, ‘momento lindo, maravilhoso’, dentre outros. A BOFETADA é centrada basicamente no tempo de comédia do ator e o que mais impacta o espectador é a maneira como a peça vai sendo renovada pelo elenco através de referências a fatos do cotidiano, mantendo as características marcantes no trabalho da Cia Baiana de Patifaria: improvisações a partir de acontecimentos do noticiário, participação da plateia e críticas a comportamentos da sociedade contemporânea, estabelecendo uma forte comunicação com o público. A BOFETADA atravessou vários acontecimentos históricos do país e a cada nova montagem atrai novas gerações de espectadores, além de ser assistida por antigos fãs.
Prestes a completar 30 anos nos palcos, a Teatro de Comédia Produções Artísticas, nacionalmente conhecida como Cia Baiana de Patifaria, vem desenvolvendo um teatro de repertório que soma 8 espetáculos: Abafabanca, A Bofetada, Noviças Rebeldes, 3 em 1, A Vaca Lelé, Capitães da Areia, Siricotico uma comédia do balacobaco e Fora da Ordem.
Quando a trupe partiu para sua primeira turnê nacional em 1991, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, uma boa definição de seu trabalho foi feita por um jornalista de São Paulo:
“Patifaria é irreverência... uma linguagem baseada na rapidez dos diálogos e no inesperado dos cortes improvisos, como o breque do samba. Eles desequilibram o enredo, desequilibram-se entre si e recomeçam de novo... Patifaria, na Bahia, não quer dizer desaforo ou pouca vergonha. Significa também, brincadeira exagerada, que passa da conta”.
Brincadeira cênica que, aliada a muito trabalho nos bastidores e uma profunda pesquisa sobre diferentes estilos de comédias e mais recentemente adentrando o drama, já percorreu 50 cidades brasileiras e conquistou um público que ultrapassa um milhão e meio de espectadores.
As temporadas da Cia Baiana já aconteceram em alguns dos mais importantes teatros do país: em São Paulo nos Teatros Bixiga, Mambembe, Cultura Artística, Bibi Ferreira e Imprensa, em Santos no Teatro Municipal e Sesc, no Rio de Janeiro no Teatro Ipanema, Teatro Leblon, Teatro dos Quatro, Teatro João Caetano, Teatro das Artes, Teatro Carlos Gomes, em Brasília na Sala Vila Lobos do Teatro Nacional, em Porto Alegre no Teatro São Pedro, em Curitiba no Teatro Guaíra, dentre outros. Em 1997, a comédia musical “Noviças Rebeldes”, dirigida por Wolf Maya, foi apresentada por 2 semanas no St Clement Theatre, em Nova York.
A democratização do teatro através do riso, do humor, para um público cada vez mais amplo e diversificado, essa sempre foi a meta da Cia Baiana de Patifaria. A comédia desde sua origem sempre teve o caráter de aproximar plateias, ao ironizar os dilemas do cotidiano e propor reflexão. Desde 1987, quando surgiu, a Cia Baiana vem tentando manter seu repertório em cartaz, sempre prezando pela qualidade de suas montagens, gerando empregos e ampliando seu público em todo país.
"A Bofetada", comédia já clássica da Cia. Baiana de Patifaria volta a Santos e faz uma única apresentação no Teatro Municipal.
Onze divertidos personagens se revezam em três esquetes: “O Calcanhar de Aquiles” (de Mauro Rasi), “O Ponto e a Atriz” e “Fanta e Pandora” (ambos de Miguel Magno e Ricardo de Almeida) estarão em cena.
Centrada basicamente no tempo de comédia do ator, a peça tem uma comunicação direta com o público, através de referências retiradas do cotidiano com muito improviso dos atores Diogo Lopes Filho, Mario Bezerra, Marcos Barretto e Lelo Filho.
A BOFETADA
COMPANHIA BAIANA DE PATIFARIA
Domingo
14 de fevereiro
20 horas
Teatro Municipal de Santos
Pinheiro Machado 48
Pinheiro Machado 48
INGRESSOS AQUI
Recomendação etária: 10 anos
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