Friday, February 5, 2016

CAFÉ E BOM DIA #11 (por Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta)



Adoeci no aniversário e ganhe inúmeros presentes no formato de diagnósticos.

Não estão pela ordem, mas vou citar alguns.

Esquizofrênico de Ordem, Catatônico Hebefrênico, Neurótico.

Neurõtico?

Na hora dei risada.

Depois me falou uma das presenteadoras que eu era psicótico.

Foi então que respondi com uma questão:

"Quem sabe da loucura? Eu ou Você? Quem é louco aqui? Eu ou Você?"

E a resposta veio:

"É, mas se você não tivesse um médico...?"

Pensei durante um instante e disse:

"Quando você termina um cigarro, nunca mais vai fumar o mesmo cigarro. Você quer me convencer de que vou fumar cigarro hoje do mesmo jeito que fumei ontem?"

E prossegui:

"É simbólico: tomo café todos os dias no mesmo lugar, e não é o mesmo café. Se desejo Bom Dia, será sempre um Bom Dia diferente."

Li para ela um artigo na revista Artéria e falamos do projeto Tan Tan, então assistimos "Nosso Querido Bob", com Bill Murray, rimos muito e eu acordei azul.


Criador obsessivo, minucioso, paranoico e genial, Stanley Kubrick conquistou no cinema um domínio incomparável -- como personalidade prestigiada, ou pelo fascínio do espetáculo.

Tudo se consolidaria a partir de 1968, quando 2001, Uma Odisséia no Espaço maravilhou o mundo, refletindo as potencialidades do imaginário à dimensão duma identidade cósmica.

Aliás, o seu gênio revolucionário exacerbou nas incidências temática e estética - de tal modo que todas as alternativas e sucessos, entretanto explorados, passariam inevitavelmente pela sua referência essencial.

Eis o que define um cineasta vanguardista, embora nas décadas de 1970 e 1980 realizasse apenas quatro obras-primas: A Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971), Barry Lyndon (1974), O Iluminado (The Shining, 1980) e Nascido Para Matar (Full Metal Jacket, 1987).

Falecido em 1999, sem contemplar o novo milênio. Kubrick legou-nos -- incompleto, ansiado -- Olhos Bem Vendados (Eyes Wide Shut, 1999).

Apaixonado pelo xadrez e a fotografia, Kubrick começou na revista Look em 1945.

Revelado em curtas metragens como Day of the Fight (1949) e Flying Padre (1951), ficou insatisfeito com a longa Fear and Desire (1953), que foi retirado do mercado.

Após Killer’s Kiss (1955), em Nova York, veio até nós com Um Roubo no Hipódromo (1956), consagrando-se em Glória Feita de Sangue (1958). O épico Spartacus (1960), a sensual Lolita (1962) ou Dr. Fantástico (1965) culminam os primórdios de uma carreira excepcional.

Virado a página, a manhã desta sexta está ilustrada com café e meu desejo de um bom dia para todos.



Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
do amigo Orlando Valência.



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